A fauna agradece: colisões de pássaros com aviões caíram 16% em 2022

Somente em dezembro, “bird strikes” tiveram uma taxa de ocorrência 50% menor do que em janeiro de 2021. Trabalho de prevenção nos aeroportos ajudou, diz ABEAR
Urubu na torre de controle do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (Thiago Vinhoes/AIRWAY)

Um balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) apontou que houve uma redução de 16,3% nas ocorrências de colisões de aves com aviões da aviação regular brasileira no ano passado comparado a 2021. Os dados foram compilados com base em informações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

De acordo com a ABEAR, no ano passado foram registrados 2.294 “bird strikes”, como são chamados esses incidentes em inglês. Relacionando com movimentos (pousos e decolagens) de aeronaves, a quantidade de ocorrências foi de 17,7 eventos a cada 10 mil voos. Em 2021, essa taxa foi de 20,8.

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De acordo com o diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR, Ruy Amparo, a redução das colisões de pássaros com aviões foi resultado do trabalho conjunto com alguns aeroportos, sobretudo o de Congonhas, que remanejaram aves que haviam se proliferado nas dependências aeroportuárias durante o pico da pandemia de Covid-19, quando o tráfego aéreo no Brasil desabou.

“A severa redução das operações de pousos e decolagens no auge da pandemia fez com que populações de alguns tipos de aves que costumam habitar o entorno dos sítios aeroportuários começassem a se proliferar, já que havia poucos voos e a presença do avião naturalmente afastava esses tipos de pássaros”, afirma Amparo.

Recentemente um Boeing da Gol acertou um pássaro enquanto pousava no Rio de Janeiro (Divulgação)
Jato da Gol vítima de um “bird strike” em 2015 (Divulgação)

Redução do bird strike

A despeito da recente redução de bird strikes no Brasil, por meio de ações de manejo de fauna, o gerenciamento do entorno dos aeroportos ainda preocupa os especialistas, diz a ABEAR.

A associação que reúne as principais companhias aéreas do Brasil (com exceção da Azul Linhas Aéreas) afirma que é necessário regulamentar a atuação das prefeituras para promoverem ações que afastem o risco aviário.

“A regulamentação é fundamental para que as prefeituras possam atuar mais efetivamente para o controle ambiental, como, por exemplo, definindo locais para aterros sanitários, barragens e empresas de criação e corte de animais que são atrativos para os pássaros e não devem estar nas proximidades do aeroportos”, explica Ruy Amparo.

Segundo a ABEAR, em 2021 as empresas pertencentes à associação registraram perdas em torno de R$ 110 milhões devido a colisão de aeronaves com aves. Como os aviões danificados tiveram de passar por manutenção e deixaram de voar, a estimativa é que esse tipo de evento impactou 40.793 passageiros naquele ano.

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