As autoridades aeronáuticas peruanas anunciaram que o novo terminal do Aeroporto Internacional Jorge Chávez (LIM) de Lima será inaugurado no dia 1º de junho, marcando o fim de uma longa espera na expansão do aeroporto peruano.
Em entrevista ao Canal N, a presidente do Organismo Supervisor de la Inversión en Infraestructura de Transporte de Uso Público (OSTRAN) Verónica Zambrano afirmou que o “aeroporto Jorge Chávez já está em condições de entrar em operação porque, como indicamos em nosso último relatório, não existem mais pendências críticas que impedem o início das operações”.
As novas instalações de LIM, que incluem terminal de passageiros, torre de controle, segunda pista e acessos fazem o ser praticamente um novo aeroporto para a capital peruana, e o início de um desfecho que começou há mais de 24 anos, quando a Lima Airport Partners (LAP), formada pela Frankfurt Airport AG e International Finance Corporation, assumiu a concessão do aeroporto e com obrigações de fazer um novo terminal e a segunda pista.
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Para a expansão, a concessionária esperou que o governo peruano desapropriasse as terras ao redor do aeroporto, processo que levou quase 20 anos.
Além disso, o governo não cumpriu uma série de contrapartidas da obra, como a criação de um novo acesso ao aeroporto sobre o Rio Rímac e uma via expressa de acesso. A solução foi criar pontes temporárias e usar a rede viária existente, o que muitos especialistas temem em que o trânsito da cidade de Callao – onde situa o aeroporto – afete o deslocamento entre os passageiros.
Ameaça à Guarulhos?
O novo terminal tem capacidade para 30 milhões de passageiros por ano, mas capaz de ser expandido até 60 milhões. Atualmente o terminal de LIM tem movimento de 24,5 milhões, o dobro de sua capacidade e sendo o quarto mais movimentado da América do Sul, atrás de Bogotá (45,8), São Paulo-Guarulhos (43,5) e Santiago (25,8).

Com localização estratégica entre as rotas do Cone Sul com a América do Norte, Lima pode aumentar sua importância na aviação sul-americana nos próximos anos.
Com novas instalações, Lima quer recuperar a posição de Melhor Aeroporto da América Latina, quando foi campeã entre 2006 e 2015 pela Skytrax, além de ganhar mais duas vezes em 2019 e 2020, e que atualmente perdeu a posição para o Aeroporto El Dorado, de Bogotá.
O novo terminal também significa mais pressão sobre o Aeroporto de Guarulhos no longo prazo, uma vez que o terminal paulista vem apresentando limitações de crescimento devido ao entorno urbanizado e a ausência de ampliação das acomodações, com a última significativa foi com o Terminal 3 em 2014.

A concessionária GRU Airport está em meio ao projeto de expansão das instalações com a futura construção de novos píers para aliviar a demanda, que já atingiu os níveis pré-pandemia.
No entanto, Guarulhos carece de um esquema de pistas independente como terá Lima e que já existem em El Dorado e também no novo aeroporto mexicano de Felipe Ángeles.