Airbus e países sócios acertam acordo para manter vivo cargueiro militar A400M

Aeronave teve produção anual garantida até 2029 e ganhará melhorias como a ampliação da carga útil para 40 toneladas

Avião de transporte A400M da França
Avião de transporte A400M da França (Airbus)

Ameaçado de acabar antes do planejado, o programa A400M ganhou uma sobrevida de ao menos quatro anos. A Airbus, fabricante do turboélice de transporte militar, e a OCCAR (Organização de Cooperação Conjunta de Armamentos), assinaram um acordo para manter a produção até 2029.

De acordo com a empresa, o A400M terá uma produção anual de oito aeronaves nos próximos anos, seja para países da organização (Bélgica, França, Alemanha, Espanha, Turquia, Luxembrugo e Reino Unido) ou para exportação.

Para garantir as atividades nas instalações de Sevilha, a França e a Espanha se comprometaram a receber quatro e três A400M, respectivamente, no primeiro ano.

Além disso, a Airbus teve aval para desenvolver melhorias no projeto como o aumento da carga útil de 37 para 40 toneladas além de buscar otimização em relação à manutenção.

Receba notícias quentes sobre aviação em seu WhatsApp! Clique no link e siga o Canal do Airway.

Airbus A400M durante teste para bombeiro na Espanha

A Airbus também pretende acrescentar novas capacidades à aeronave de quatro motores como lançamento e controle de aeronaves remotas e para missões de combate a incêndio, entre outros.

De olho em pedidos no Oriente Médio

Os parceiros no programa, no entanto, esperam contar com mais contratos de exportação para viabilizar a produção, que até abril havia chegado a 131 aeronaves de 178 pedidos firmes.

Destes, apenas oito A400M foram encomendados por países fora do OCCAR. A Malásia adquiriu quatro aviões enquanto Indonésia e Cazaquistão encomendaram duas unidades cada.

A Indonésia é um dos poucos clientes externos do A400M (Airbus)

Entre os potenciais clientes em vista estão a Arábia Saudita, que pode adquirir até 20 aeronaves, e os Emirados Árabes Unidos, cuja força aérea pretende substituir antigos C-130 por oito a dez novos aviões.

A Airbus, inclusive, afirmou no começo do ano que pode contratar empresas do EAU para produzir peças para o A400M além de realizar os serviços de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) do turboélice.

O A400M possui uma capacidade intermediária entre o Boeing C-17 e turboélices como o C-130J e o KC-390 Millennium. A aeronave, no entanto, teve muitos problemas técnicos em seus primeiros anos.