Airbus está prestes a passar a Boeing e se tornar o maior fabricante de aviões do mundo

Grupo europeu já entregou neste ano 150 aviões a mais que a Boeing, que sofre com a paralisação do 737 MAX
(Kiefer/Creative Commons)
A última vez que a Airbus superou a Boeing em entregas foi em 2011 (Kiefer/Creative Commons)

A Boeing vem superando a Airbus como a maior fabricante de aviões comerciais do mundo durante a maior parte desta década. O domínio da fabricante norte-americana, porém, está prestes a mudar e de forma dramática.

A Airbus já entregou 150 aeronaves a mais do que a Boeing nos primeiros seis meses deste ano. Segundo os relatórios de entregas das duas fabricantes divulgados nesta semana, o grupo europeu lidera a disputa com 389 aeronaves entregues, contra 239 da concorrente.

A corrida entre as duas fabricantes têm sido apertada nos últimos anos. Em 2018, por exemplo, a Boeing entregou 806 aeronaves e a Airbus, 800. O único ano desta década em que um dos fabricantes entregou mais de 100 aviões do que o outro foi em 2015 (com vantagem da Boeing).

A última vez que a Airbus superou a Boeing em entregas foi em 2011. Naquele ano, o grupo europeu entregou 534 aeronaves e a concorrente, 477. No ano seguinte, a companhia norte-americana retomou a liderança e a manteve até então.

O volume de entregas da Boeing despencou 53% no segundo trimestre deste ano por conta da paralisação mundial e suspensão das entregas do 737 MAX, em vigor desde março. O novo jato da fabricante norte-americana foi aterrado depois que uma aeronave caiu na Etiópia. Este foi o segundo acidente com um modelo da série MAX em menos de seis meses. O retorno do avião ao mercado é esperado para o final de 2019, muito mais tarde do que o previsto inicialmente.

Investidores consideram as entregas de aeronaves como uma métrica mais importante para medir o sucesso de uma fabricante do que o volume de encomendas. Companhias aéreas e empresas de leasing pagam a maior parte do valor de um novo avião quando ele é entregue, o que significa que a receita, os lucros e o fluxo de caixa dos fabricantes dependem das entregas.

Apesar da ordem de aterramento, a Boeing segue fabricando o 737 MAX. Até o final deste ano, a fabricante terá cerca de 400 jatos finalizados, mas não poderá entregá-los até que agências de aviação do mundo certifiquem as modificações necessárias para tornar o jato seguro. O design da aeronave e principalmente o mal funcionamento no sistema de controle de voo MCAS são apontados como as causas dos dois acidentes recentes com o MAX.

A enorme oferta de jatos 737 Max finalizados no final deste ano provavelmente permitirá à Boeing voltar à liderança nas entregas em 2020, embora a Airbus esteja bem posicionada no competitivo setor de jatos de corredor único. O grande embate entre as companhias deve acontecer somente em 2021, quando a disputa nas entregas deve voltar a se estabilizar.

Com informações da CNN Business e Wall Street Journal.

Veja mais: Portugal confirma compra de cinco aeronaves KC-390 da Embraer

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