Antigo bombardeiro B-17 da Segunda Guerra Mundial cai nos EUA

Aeronave se acidentou no final da pista do Aeroporto de Bradley, no estado de Connecticut; duas mortes foram confirmados
O B-17 N93012 realiza voos turísticos com a Collings Foundation (Joe Kunzler)

Um antigo bombardeiro Boeing B-17 da Segunda Guerra Mundial caiu na manhã desta quarta-feira (2) no final da pista no Aeroporto Internacional Bradley, em Connecticut, nos EUA, enquanto decolava.

Segundo noticiários locais, ao menos dois mortos foram confirmados no acidente e outras seis pessoas foram resgatadas feridas. Ainda não ficou claro quantos ocupantes estavam a bordo da aeronave. Imagens postadas nas redes sociais mostram um grande incêndio nas instalações do aeroporto.

“Podemos confirmar que houve um acidente envolvendo uma aeronave da Segunda Guerra Mundial da Collings Foundation esta manhã no aeroporto de Bradley”, disse a porta-voz do aeroporto Bradley, Alisa Sisic. “Temos uma operação ativa de incêndio e resgate em andamento. O aeroporto está fechado. Obteremos mais informações o mais rápido possível.”

A Collings Foundation é uma organização sem fins lucrativos sediada em Massachusetts que restaura e oferece voos turísticos em aviões militares antigos. Outras peças raras e ativas na frota da fundação um caça P-51 Mustang e mais uma famosa “super fortaleza” voadora, um bombardeiro B-24 Liberator.

“Nossos pensamentos e orações estão com aqueles que são gratos aos esforços heroicos dos socorristas de Bradley”, disse a Collings Foundation em comunicado. “A equipe de voo da Collings Foundation está cooperando totalmente com os oficiais da causa do acidente da Fortaleza Voadora B-17”, acrescentou a fundação, que após o acidente tirou do ar seu site oficial.

A Collings Foundation tem uma rara coleção de aviões da Segunda Guerra Mundial que continuam voando (Collings Foundation)

Bombardeiro do pós-guerra

O B-17 acidentado em Bradley operava com registro civil N93012 e pertence à Collings Foundation desde a década de 80. A aeronave já havia registrado outros dois acidentes graves no passado, em 1987 e 1995, sem vítimas fatais. Apesar dos danos consideráveis, o bombardeiro foi reparado e colocado para voar novamente após os dois incidentes e vinha sendo operado desde 2007. O certificado de aeronavegabilidade do modelo para voar nos EUA vencia no próximo ano.

A aeronave voava com o nome “Nine-O-Nine”, mas esse não foi o seu nome de guerra original. O bombardeiro, entregue a Força Aérea do Exército dos EUA (USAAF) em abril de 1945, não foi enviado para nenhuma frente do conflito, que terminaria em setembro daquele ano.

A carreira militar do B-17 da Collings Foundation incluiu voos em meio a testes nucleares nos desertos dos EUA, na década de 50, e em poucos anos o bombardeiro foi estocado. Em 1977, a aeronave foi restaurada e convertida como avião-tanque para combater incêndios florestais. Nesse tempo, o avião operou com o nome “Lady Yucca“.

Desativado em 1985, o avião foi adquirido pela fundação de Massachusetts e restaurado novamente com o padrão militar, além de resgatar um nome clássico da aviação militar.

Nine-O-Nine foi o nome estampado na fuselagem de um dos B-17 mais vitoriosos na Segunda Guerra Mundial. Entre 1944 e 1945, o bombardeiro completou 140 missões e registrou 1.129 horas de voo em combate sem nenhuma fatalidade entre os tripulantes ou alguma falha grave operacional. Após o conflito, o sargento Rollin L. Davis da USAAF, principal mecânico da aeronave, recebeu a Estrela de Bronze, uma das maiores honrarias das forças armadas dos EUA.

Se confirmado a destruição do Nine-O-Nine, o que de fato parece ser o caso, este é um triste fim para um avião que renasceu tantas vezes por mais de 70 anos.

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