Após driblar recuperação judicial por meses, Azul adere ao Chapter 11 nos EUA
Companhia aérea não suportou pressão de dívidas e decidiu pedir restruturação financeira, mas diz que seu caso é “diferente”

Foram meses e meses buscando uma saída negociada, mas a Azul Linhas Aéreas não teve outra opção senão aderir ao processo do “Chapter 11” (Capítulo 11), legislação que visa a restruturação financeira de empresas nos Estados Unidos.
É o mesmo caminho que suas concorrentes optaram em anos recentes. A LATAM deu entrada nesse processo já em 2020, em meio à pandemia do Covid-19. o processo durou até o final de 2022 e desde então a empresa chilena tem mostrado resultados positivos.
A Gol Linhas Aéreas anunciou o pedido de recuperação judicial em janeiro do ano passado, em meio à dívidas crescentes, sobretudo com arrendadores de suas aeronaves.
Após dificuldades iniciais, a empresa aérea teve o plano de reorganização aprovado neste mês pela Corte de Falências de Nova York, a mesma a qual a Azul apelou agora.

A companhia aérea fundada por David Neeleman tentou resistir e até mesmo propor ofertas agressivas para assumir suas rivais, mas no fim ela própria precisou de socorro.
Por muito tempo, a direção da Azul negociou acordos com credores e parceiros a fim de alongar seus compromissos enquanto tentava ampliar suas receitas.
“Caso da Azul é diferente”, diz empresa
A despeito da busca pela proteção judicial, a Azul afirma que seu caso é “diferente” de outras companhias já que ela “entrou no processo com Acordos com muitos de seus principais parceiros”.
Segundo ela, foi garantido um financiamento de US$ 1,6 bilhão na modalidade DIP que pagará parte da dívida existente e ainda fornecerá US$ 670 milhões para reforçar sua liquidez. A empresa afirma que eliminará cerca de US$ 2 bilhões em dívidas.
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O pagamento desse empréstimo será feito por meio da emissão de direito de ações. A Azul contará ainda com até US$ 300 milhões de investimento por meio das parceiras American Airlines e United Airlines.

Já a AerCap, arrendadora da maior parte da sua frota, declarou apoio ao processo. “Junto com a Azul, somos os maiores proprietários de aeronaves comerciais Embraer E2, apoiando a indústria de Aviação brasileira como ninguém mais”, disse Aengus Kelly, CEO da empresa.
“A Azul continua a voar – hoje, amanhã e no futuro. Esses acordos marcam um passo significativo na transformação do nosso negócio, pois nos permitirá emergir como líderes do setor nos principais aspectos da nossa atividade”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.