Azul reduz distorção de voos em relação a Gol e LATAM no Aeroporto de Congonhas

Mas redistribuição de slots ainda está distante da realidade do mercado doméstico, mantendo mais de 82% dos horários com as duas empresas aéreas tradicionais no aeroporto paulista
Airbus A320neo da Azul (Alexandro Dias)

A Azul está celebrando a conquista de mais 43 slots no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais congestionado do Brasil. Graças aos novos critérios estabelecidos pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a companhia aérea passará a ter 84 horários de pousos e decolagens no terminal aéreo no sul da capital paulista a partir de 26 de março de 2023.

Por conta da amplição, a Azul revelou nesta terça-feira, 29, os novos destinos e frequências que entrarão em operação no ano que vem. Além de expandir os voos da ponte aérea Rio-São Paulo para 13 partidas diárias em cada sentido, a empresa aérea fundada por David Neeleman terá voos para Belo Horizonte (Confins), Recife, Brasília, Porto Alegre e Curitiba.

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As rotas serão atendidas em sua maioria pelas aeronaves Airbus A320neo e Embraer E195-E2, de perfil mais eficiente e limpo, garante a Azul.

“Ampliar a presença da Azul em Congonhas era um desejo antigo da companhia. Nós já operamos um terço dos voos no país e temos mais de 300 rotas servindo todo o Brasil. O aumento da nossa malha em Congonhas vai, também, ampliar a presença da Azul no país inteiro e conectar cada canto do Brasil com CGH”, disse John Rodgerson, CEO da Azul.

Aeronave da Azul em meio aos aviões da Gol e LATAM (Ricardo Meier)

Participação em Congonhas é menor que a do recorte nacional

Apesar da satisfação do chefe executivo da Azul, a participação da empresa nos slots de Congonhas ainda destoa significativamente do recorte de voos domésticos no Brasil (veja quadro abaixo).

Enquanto passará a deter 14,4% dos horários do aeroporto, a Azul liderava em transporte de passageiros domésticos no país entre janeiro e julho, com 33,3% da demanda.

A LATAM, empresa que possui o maior número de slots (240 a partir de março de 2023), ficará com 41,2% dos horários enquanto a Gol, 40,9% (238 slots).

Juntas, elas ainda serão responsáveis por mais de 82% dos voos comerciais que operam em Congonhas, embora detenham uma participação nacional de 65,7% dos passageiros pagos transportados até o mês passado.

A319 da LATAM em Congonhas (Gabriel Magacho)

As novas regras aprovadas neste ano impedem que qualquer companhia aérea fique com mais de 45%, um percentual ainda muito alto. Além disso, a Azul se beneficiou do aumento dos horários de voo, de 32 a 33 para 35 a 36 na aviação comercial.

Ou seja, de 531, o total passou para 582 slots, 51 a mais, dos quais a Azul abocanhou 40 horários. Enquanto a Gol e a LATAM ganharam quatro slots a mais a VoePass manteve 20 decolagens e pousos diários.

Ao menos a ANAC dá sinais de que pretende acabar com uma espécie de “latifúndio aéreo” mantido por Gol e LATAM, elas mesmas que sofreram para ganhar espaço em Congonhas quando o domínio era exercido por Varig, Vasp e Transbrasil.

Companhia Slots atuais Slots a partir de março de 2023 Diferença Part. 2022 Part. 2023 Participação Brasil 2022*
LATAM 236 240 4 44,4% 41,2% 33,3%
Gol 234 238 4 44,1% 40,9% 32,4%
Azul 41 84 43 7,7% 14,4% 33,4%
VoePass 20 20 0 3,8% 3,4% 0,8%
Total 531 582 51

* Em passageiros pagos transportados entre Janeiro e Outubro de 2022. Fonte: ANAC

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