BAE Systems revela design do novo caça demonstrador do Reino Unido
Protótipo do Tempest deve voar até 2027 no âmbito do programa GCAP

A BAE Systems, em parceria com a Rolls-Royce, a MBDA UK e o Ministério da Defesa britânico, revelou o design do seu novo avião de combate demonstrador, que será a base para o futuro caça Tempest.
A aeronave, tripulada e supersônica, já tem dois terços de sua estrutura em fabricação e deverá realizar seu primeiro voo nos próximos três anos.
Este será o primeiro avião de combate tripulado desenvolvido no Reino Unido em mais de quatro décadas. As estruturas principais, como asas e estabilizadores, estão sendo montadas nas instalações da BAE em Lancashire, utilizando tecnologias digitais e robóticas de última geração.
O demonstrador faz parte do Global Combat Air Programme (GCAP), projeto conjunto do Reino Unido, Itália e Japão para desenvolver um caça de sexta geração que deve substituir modelos como o Eurofighter Typhoon e entrar em operação até 2035.

Pilotos de teste da RAF, da Rolls-Royce e da própria BAE já acumularam mais de 300 horas de voo em simuladores dedicados, permitindo testar o comportamento e os sistemas da aeronave em missões complexas ainda antes do voo real.
“Não se trata apenas de um protótipo — estamos estabelecendo as bases tecnológicas e industriais para o próximo caça europeu”, disse Tony Godbold, diretor do programa Future Combat Air Systems da BAE. A aeronave está sendo desenvolvida com impressão 3D, cobótica e simulações virtuais, o que visa reduzir prazos e custos de produção.
Embora haja interesse internacional no programa, especialmente por parte da Arábia Saudita, a possibilidade de incluir um novo parceiro no GCAP está cada vez menor, segundo Herman Claesen, diretor da divisão de sistemas de combate aéreo da BAE. Ele afirmou que a adesão de outro país exigiria aprovação dos governos fundadores e poderia atrasar o cronograma.
Atualmente, o Tempest é apresentado como uma aeronave maior que o Typhoon, com alcance estendido e foco em missões em rede com outras plataformas tripuladas e não tripuladas.