A Ryanair está entre as maiores clientes do Boeing 737 MAX no mundo, com 360 pedidos brutos do jato. A importância da empresa aérea de baixo custo para a fabricante dos EUA é, portanto, enorme, mas também significa ter de ouvir cobranças duras.
Foi o que fez Michael O’Leary, o controvertido CEO da Ryanair, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, onde instou a empresa a cumprir suas promessas e “arrumar a casa” o quanto antes.
O executivo chefe foi incisivo a respeito dos seguidos atrasos no cronograma de entregas. “A Boeing precisa agir em conjunto e começar a entregar essas aeronaves no prazo”, disse O’Leary.
O CEO da Ryanair está contrariado porque a Boeing não conseguirá entregar 57 jatos 737 MAX 8-200 até abril de 2024, como estava previsto.
As aeronaves devem chegar apenas até o final de junho, colocando a malha de voos da Ryanair em sérios problemas. Michael O’Leary diz que se a Boeing atrasar mais que isso pode não aceitar os aviões.
Mais grave que isso é que o CEO da Ryanair considera até mesmo cancelar o enorme pedido de 150 jatos 737 MAX 10 previstos para começarem a ser entregues em 2027.
Mais de 500 Boeing 737 na frota
Vale lembrar que O’Leary foi um dos poucos defensores da Boeing durante o período mais crítico do aterramento do 737 MAX, quando a credibilidade da fabricante de aviões foi ao chão também.
Na época, ele não apenas não desistiu do seu plano de operar jatos da Boeing como confirmou os pedidos do MAX, incluindo a variante de alta densidade 8-200, então ainda inédita.
Apesar da pressão, não há muitas opções para a empresa de baixo custo irlandesa. Com 537 jatos 737, 126 deles da série MAX, a Ryanair passaria por terríveis dificuldades se decidisse mudar para a Airbus.
Embora tenha 28 A320 voando com a subsidiária Lauda Europe, o modelo está fora dos planos e deve ser retirado de serviço em breve.
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Além disso, encomendar jatos da família A320neo significaria entrar numa longa fila de espera, tamanha a quantidade de pedidos pendentes atualmente.
O’Leary tem justo direito de reclamar com a Boeing, mas não há muito mais a fazer.
