O Boeing 737-800 da Jeju Air que fez um pouso de emergência no Aeroporto de Muan, na Coreia do Sul, tinha restos de patos em ambos os motores, disse o relatório preliminar que investiga o acidente em 29 de dezembro de 2024.
Segundo o ARAIB (Comitê de Investigação de Acidente na Aviação e em Ferrovias), responsável pela investigação das causas do acidente que vitimou 179 das 181 pessoas a bordo, os pilotos relataram uma colisão com pássaros pouco tempo depois que a torre do aeroporto os alertou sobre aves em seu trajeto.
O primeiro contato do voo HL8088 com a torre ocorreu às 08h55 (horário local), quando a aeronave foi instruída a pousar na pista 01 (sul). Três minutos depois, a torre alertou sobre a presença de pássaros e 60 segundos mais tarde, os gravadores de voz (CVR) e dados de voo (FDR) pararam de funcionar.
Seis segundos depois, os pilotos fizeram uma declaração de emergência relatando uma colisão com pássaros.

A tripulação então decidiu pousar a aeronave na pista oposta (19). Como mostrou um vídeo do acidente, o Boeing 737 pousou de barriga e ultrapassou os limites da pista, atingindo um barranco onde estavam instalados instrumentos de auxílio à navegação.
O choque provocou um incêndio e uma explosão parcial. Ambos os motores ficaram soterrados enquanto a fuselagem se espalhou num raio de 200 metros do aterro. O impacto ocorreu às 9h03 (horário local), o que significou que as gravações pararam 4 minutos antes do acidente.

Penas e sangue de patos
Os investigadores examinaram os dois motores e encontraram penas e manchas de sangue de patos. Uma análise de DNA as idenificou como da espécie “Baikal Teal”, comum no Sudeste da Ásia e na Rússia.

A ARAIB afirmou agora que desmontará os turbofans para realizar exames mais detalhados, além de avaliar os dados das caixas pretas e as evidências do impacto com pássaros.
A investigação conta com o apoio do NTSB (EUA) e do Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile (França), mas não há um prazo para a conclusão do relatório definitivo.