A Boeing anunciou nesta quarta-feira, 30, que a família de jatos 787 Dreamliner superou a marca de 1 bilhão de passageiros transportados em todo o mundo. O número foi alcançado em menos de 14 anos desde que o modelo entrou em operação, em 2011, tornando-se o avião de fuselagem larga que atingiu esse volume de passageiros no menor tempo da história.
Com mais de 1.175 aeronaves entregues, o Dreamliner já realizou cerca de 5 milhões de voos e acumula mais de 30 milhões de horas de operação, segundo dados da fabricante norte-americana.
A Boeing destaca que o 787 é hoje o widebody mais vendido da história da aviação comercial, com mais de 2.000 encomendas firmes feitas por 89 clientes, entre eles a LATAM Airlines. Parte do sucesso do modelo está no seu projeto voltado à eficiência operacional, com economia de combustível de até 25% em relação a aeronaves mais antigas, graças ao uso extensivo de materiais compostos, novos motores e sistemas mais modernos.

Programa de altos e baixos
Apesar dos números expressivos, o caminho do 787 até esse marco foi obtido em meio a desafios. Desde sua fase inicial, o programa enfrentou atrasos significativos no cronograma de produção, com quase três anos de atraso na entrega da primeira unidade, devido a problemas de integração de fornecedores e na montagem final.
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Já em operação, o modelo passou por diversos episódios de atenção da imprensa e das autoridades regulatórias, como o famoso caso das baterias de íon-lítio que levaram à paralisação temporária da frota em 2013, após casos de superaquecimento. Mais recentemente, falhas na fabricação de componentes estruturais causaram interrupções na entrega de novas unidades entre 2020 e 2022.

Mesmo com esses percalços, o Dreamliner manteve seu apelo no mercado, sendo responsável por inaugurar cerca de 425 rotas internacionais diretas que antes não eram economicamente viáveis com jatos maiores. O modelo hoje opera em mais de 85 países, atendendo a mais de 520 aeroportos.
A média de utilização da aeronave também é elevada: cada unidade permanece em voo, em média, mais de 12 horas por dia — indicador de sua aceitação entre as companhias aéreas.
Operações variadas e números expressivos
Entre os extremos operacionais do 787, destacam-se rotas como a mais longa em serviço atualmente — Londres a Perth, na Austrália, com 7.829 milhas náuticas — e também a mais curta, entre Aruba e Curaçao, com apenas 65 milhas náuticas.

Segundo a Boeing, a frota Dreamliner movimenta diariamente mais de 480 mil passageiros em cerca de 2.100 voos — o equivalente a 14,5 milhões de pessoas por mês.
Apesar dos contratempos ao longo da trajetória, o 787 permanece como um dos projetos mais ambiciosos da aviação moderna e símbolo de uma nova geração de aviões de longo alcance com menor impacto ambiental e maior flexibilidade de operação.