A Boeing completou a fase final de testes de voo do 737 MAX com atualizações no software do sistema de aumento de características de manobras (MCAS), abrindo caminho para um novo processo de certificação da aeronave. A notícia foi anunciada pelo próprio CEO da fabricante, Dennis Muilenburg, nesta quinta-feira (18), pelo Twitter.
O dirigente da Boeing, contudo, ainda não deu um prazo para a conclusão da certificação e o reinício das operações comerciais com o 737 MAX. Muilenburg acrescentou que os pilotos de testes completaram 120 voos com a aeronave usando o software atualizado e permaneceram mais de 203 horas no ar.
“Estamos fazendo um progresso constante no caminho para a certificação de nossa atualização de software do 737 MAX graças ao trabalho de nossos pilotos, engenheiros e especialistas técnicos da Boeing”, disse o CEO da Boeing.
A preparação para o retorno do avião ao mercado também está em andamento. Muilenburg afirmou que mais de 85% dos operadores do 737 MAX em todo o mundo já tiveram contato com o MCAS atualizado em treinamentos com simuladores de voo.
No início de abril, o presidente da Boeing esteve a bordo de um voo de teste do 737 MAX 7. Na ocasião, Muilenburg disse que “experimentou a atualização do software MCAS com segurança em ação durante um voo”.
We’re making steady progress on the path to certification for our 737 MAX software update thanks to the work of our Boeing pilots, engineers and technical experts. pic.twitter.com/DIHrhG2OOi
— Dennis A. Muilenburg (@BoeingCEO) 18 de abril de 2019
A autoridade de aviação civil dos Estados Unidos, o FAA, divulgou nesta semana que considerou o MCAS modificado pela Boeing como “operacionalmente adequado” após uma avaliação. O órgão norte-americano também atualizou os padrões de treinamento para garantir que os pilotos do 737 MAX entendam o sistema.
Investigações dos dois acidentes recentes com o 737 MAX estão concentradas no software MCAS, indicado como o principal fator contribuinte para as tragédias, além da falta de treinamentos específicos para tripulantes lidarem com o sistema.
Um relatório preliminar sobre o acidente de 10 de março com um 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines, em Addis Abeba, aponta que aeronave caiu depois que o software de controle de voo baixou automaticamente o nariz da aeronave. Cinco meses antes, um avião do mesmo tipo da companhia Lion Air caiu na Indonésia após enfrentar circunstâncias semelhantes.
Toda frota comercial de 737 MAX (modelos MAX 8 e MAX 9) pelo mundo permanece aterrada. A paralisação das quase 400 aeronaves que estavam em serviço foi iniciada pelos próprios operadores, incluindo a Gol no Brasil, no dia seguinte ao acidente na Etiópia. A mesma decisão também foi anunciada em seguida por órgãos de aviação internacionais.
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Os primeiros sempre serão cobaias.
Você se arriscaria?
Vai demorar pro 737 MAX voltar a ter uma imagem positiva e segura perante os passageiros e algumas empresas aéreas, como ocorreu com os Fokker 100 depois dos acidentes no Brasil nos anos 90.
Terão que mostrar que a confiabilidade e segurança estão de acordo com os níveis internacionais, dos 737 NG e concorrentes da Airbus.
Erros acontecem, ninguém desencarna antes da hora. Muitos vôos foram feitos, mas somente dois que caíram.
E como faz o update do programa? Pluga na internet e pronto? Ou tem que ir na fabrica?
E eu me pergunto, porquê não fizeram isso antes?!
A aeronave foi projetada com uma característica desfavorável, seus motores ficam muito a frente do centro das asas – o que faz com que o nariz do avião tenda a subir quando em potência máxima – aí colocaram um programa de computador pra contornar o problema… Só que como pode acontecer com qualquer programa ele “deu erro” e aí, não tem piloto que resolva.
Se o piloto não domina a utilização do MCAS, não dá para desligá-lo e seguir por conta e riso do piloto?