Boeing vai a julgamento pela queda dos dois 737 MAX 8 que vitimaram 346 pessoas

Juiz federal do Texas suspendeu imunidade da fabricante porque famílias das vítimas não fizeram parte do processo
Boeing 737 MAX 8 - Ethiopian Airlines
A Ethiopian Airlines foi a segunda companhia aérea que perdeu um 737 MAX, depois da Lion Air (LLBG Spotter)

A Boeing terá de comparecer em 26 de janeiro a uma corte federal do estado do Texas, nos EUA, para responder pelos dois acidentes fatais com o jato 737 MAX 8 que caíram na Etiópia em 2018 e na Indonésia em 2019, que vitimaram 346 pessoas.

O juiz distrital Reed O’Connor, de Fort Worth, decidiu anular a imunidade da fabricante de aviões obtida em um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA celebrado em janeiro de 2021.

Segundo o magistrado, as famílias das vítimas não foram incluídas nesse processo, de US$2,5 bilhões, o que seria obrigatório por conta da legislção sobre direitos de vítimas de crimes.

De acordo com o advogado Paul G. Cassell, que representa os familiares das vítimas, “as famílias apreciaram a decisão do juiz de que a Boeing será tratada como qualquer outro réu em processos criminais federais e indiciada. Alguns membros da família estão planejando viajar para o Texas na próxima semana para abordar a empresa criminalmente responsável pela morte de seus entes queridos”.

Os dois acidentes obrigaram a Boeing a aterrar dezenas de 737 MAX por 20 meses até que os problemas que causaram os dois acidentes fossem corrigidos.

Eles envolviam um software de auxílio à tripulação chamado MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System), que deveria aliviar o esforço no manche em altos ângulos de ataque, mas que acabou colocando as aeronaves em condições de perigo sem que os pilotos pudessem evitar uma queda.

Nesse período, a Boeing acumulou US$ 20 bilhões de perdas e até hoje ainda enfrenta dificuldades para retomar a produção e entregas de suas aeronaves.

Boeing 737 MAX da Lion Air (PK-REN/Wikimedia)

 

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