Bombardier protesta por Canadá preferir aviões de vigilância da Boeing

Eric Martel, CEO da Bombardier, expressou preocupação com o plano do governo canadense de adquirir jatos de reconhecimento da Boeing em vez de explorar a indústria local
O radar do GlobalEye possui uma série módulos que permitem acompanhar centenas de objetos (SAAB)
O GlobalEye é atualmente o maior expoente da aviação militar canadense (SAAB)

Incentivar a indústria local, gerando empregos e criando um produto de alto valor agregado, ou ignorar isso tudo e importar equipamentos de defesa dos Estados Unidos sem um processo de licitação? Essa é a apreensão de Eric Martel, presidente-executivo e CEO da fabricante Bombardier, do Canadá.

Um texto escrito pelo executivo e disponível no site da Bombardier, Martel expressou sua preocupação com o plano do governo do Canadá em adquirir jatos de reconhecimento diretamente da Boeing sem consultar a indústria doméstica. Os comentários do CEO da empresa canadense vêm depois de uma reportagem recente de que Ottawa considera uma compra multibilionária de aeronaves P-8 Poseidon da Boeing (avião de patrulha marítima baseado no 737-800 NG).

“Como presidente e CEO da Bombardier, quero compartilhar publicamente minha preocupação de que o Canadá, que está enfrentando uma escolha importante sobre a vigilância aérea de suas vastas fronteiras, esteja considerando conceder um contrato de fonte exclusiva diretamente à Boeing”, declarou Martel.

P-8 da Marinha dos EUA lançando um torpedo de busca submarina (US Navy)
Canadá tem interesse no jato de patrulha naval P-8 Poseidon (US Navy)

Na visão do chefe da Bombardier, uma “solução do tamanho certo” para as necessidades das forças armadas do Canadá está no próprio país. “Um exemplo importante, que eu espero que todos os canadenses conheçam, são as aeronaves da série Global fabricadas no Canadá que atualmente voam em missões governamentais em nome de nações aliadas.”

Martel mencionou que o Canadá tem as “habilidades, conhecimento industrial e as capacidades tecnológicas” para oferecer uma proposta de aeronave multimissão ao país. “Uma opção construída no Canadá deve ser considerada em pé de igualdade com as de empresas estrangeiras que, no passado, atacaram diretamente nossos programas de aeronaves domésticas.”

“Em nome de seus mais de 10.000 funcionários talentosos em Ontário e Quebec, a Bombardier e sua crescente equipe de Defesa, juntamente com seus parceiros qualificados, teriam orgulho de apresentar uma solução feita no Canadá para competir em uma aeronave multimissão canadense , caso o Canadá nos dê a oportunidade de fazê-lo”, concluiu o CEO.

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  1. Hoje o ceo da bombardier reclama porque o gonverno local prefere comprar uma aeronave do seu concorrente ,mas no passado eles torceran contra nossa embraer fazendo propaganda contra nossa industria mas gracas as nossas capacidades vencemos inclusive nos tornamos o terceiro maior fabricante de aviões do mundo ,mas se eles quiseren poderan nos comprar estamos prontos a atendelos.

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