C-390, D328eco, Gripen, Hürjet… será a Akaer uma nova ‘Embraer’?

Fabricante brasileira tem se destacado por participar de vários projetos de aeronaves, o mais recente deles o turboélice português LUS-222
D329eco, Gripen, Hürjet, C-390: projetos com o dedo da Akaer
D329eco, Gripen, Hürjet, C-390: projetos com o dedo da Akaer

O que o C-390, o caça Gripen, o jato de treinamento turco Hürjet e o turboélice regional alemão D328eco têm em comum? Em suas missões nada, mas todos eles trazem alguma participação da brasileira Akaer.

A empresa fundada em 1992 em São José dos Campos (SP) tem ampliado o escopo de suas atividades e assumindo cada vez mais papeis importantes na indústria aeroespacial. E curiosamente sem ter um produto próprio.

Não que lhe falte capacidade: a Akaer é a primeira empresa brasileira a obter o status de Fornecedora Global de Nível 1 (Tier 1), o que permite a ela assumir tarefas complexas como a produção dos tanques de combustível e pilones do C-390 e do jato executivo Praetor 600, ambos da Embraer.

A Akaer já havia participado do projeto do avião de transporte, mas agora terá uma participação mais ampla, como anunciou recentemente.

Assinatura do acordo de fornecimento entre a Akaer e a Deutsche Aircraft
Assinatura do acordo de fornecimento entre a Akaer e a Deutsche Aircraft (DA)

O prestígio da empresa não fica apenas aí. No ano que vem ela enviará a primeira fuselagem dianteira do D328eco, um turboélice para 44 passageiros desenvolvido pela Deutsche Aerospace e que irá disputar espaço com o ATR 42.

Antes disso, a fabricante já apoia a TAI (Turkish Aerospace Industries), estatal turca que desenvolve o jato supersônico de treinamento Hürjet, que está em fase de testes.

Fornecedora do Gripen antes da FAB escolhê-lo

As notícias a respeito da Akaer não param de surgir. Nesta semana, a companhia foi selecionada como fornecedora da estruturas do turboélice regional LUS-222, primeiro projeto da fabricante portuguesa EEA Aircraft and Maintenance, S.A.

A aeronave, que poderá transportar até 19 passageiros ou 2.000 kg de carga, deverá voar pela primeira vez em 2027, mas a Akaer já deve iniciar a produção de componentes no primeiro trimestre de 2025.

Seção traseira do Gripen (SAAB)
Seção traseira do Gripen (SAAB)

Os novos contratos não surpreendem quando se descobre que a Akaer foi uma das primeiras fornecedoras escolhidas pela sueca Saab para produzir o caça Gripen E, que hoje equipa a Força Aérea Brasileira.

Em 2009, a empresa foi selecionada para produzir a fuselagem traseira da aeronave supersônica, antes mesmo de a FAB ter escolhido o Gripen.

O turboélice LUS-222
O turboélice LUS-222

Para ser uma nova Embraer falta apenas uma aeronave

Mas o que falta para a Akaer virar uma nova Embraer? Obviamente ter um avião próprio e isso só não aconteceu ainda por capricho do destino.

Em 2019, por exemplo, ela apresentou o projeto do “Mosquito”, um turboélice bimotor de ataque aéreo aproximado e contra-insurgência.

O Mosquito, avião projetado pela Akaer
O Mosquito, avião projetado pela Akaer

A ideia era oferecer a aeronave aos Emirados Árabes Unidos, mas o país optou por outro projeto.

No ano passado, a Akaer voltou a revelar projetos de aeronaves próprias na feira LAAD, nessa ocasião os drones militares Albatross e Osprey.

Por enquanto, a empresa não parece apressada em tomar essa decisão, que é bem mais complexa e arriscada. Com tantos contratos para terceiros, a Akaer já está bem ocupada no momento.

 

 

Previous Post
Swiss terá 10 A350 até 2031

Companhia aérea Swiss duplicará frota de Airbus A350

Next Post
Um dos jatos Embraer E190

Único voo Venezuela-Brasil ‘bate lata’ em 2024

Related Posts