Caças MiG-29 da Ucrânia foram adaptados para lançar mísseis anti-radar AGM-88, dos EUA

Sucesso em ataques contra radares em regiões controladas pelos russos coloca em evidência plano para aprimorar forças ucranianas com armamentos ocidentais
Caça MiG-29 da Ucrânia (Ivano-Frankowsk)

O governo dos Estados Unidos confirmou que entre vários armamentos enviados para ajudar a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa está o míssil anti-radar AGM-88 HARM (High-speed Anti-Radiation Missile).

A própria mídia russa havia divulgado no início de agosto que o míssil estava sendo usado, compartilhando imagens de um exemplar destruído em que a numeração de série parece ser autêntica.

O projétil de alta velocidade tem ficado em evidência por conta dos ataques bem sucedidos contra alvos atrás das linhas russas. A surpresa é que essas missões estão sendo empregadas com caças MiG-29 Fulcrum, que teriam sido adaptados para lançar o AGM-88.

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Autoridades dos EUA não revelam quantos mísseis foram repassados para a Ucrânia nem como a aeronave de origem russa foi integrada ao artefato, apenas admitem que isso foi feito em jatos “MiG”.

O MiG-29 é atualmente o único modelo da fabricante em serviço na Força Aérea da Ucrânia, que tem contado com suprimentos de peças de reposição obtidas por países do Ocidente para mantê-los na ativa.

Míssil AGM-88 HARM (US Navy)

Tablet para selecionar o alvo

A rápida adaptação do caça ao míssil norte-americano surpreendeu analistas. Para o The Aviationist, a tarefa envolve mais do equipar o MiG-29 com o lançador LAU-118A nos pilones das asas. É preciso integrar sistemas elétricos e eletrônicos para permitir o disparo.

Mais do que isso, a aquisição de alvos, que é feita por caças dos EUA por meio de um display multifuncional, não pode ser repetida no MiG, que possui apenas instrumentos analógicos.

Uma hipótese é que os pilotos ucraniamos estariam transportando consigo um tablet ligado ao míssil para realizar a seleção de alvos providenciada pelo sensor do AGM-88.

A adaptação das aeronaves ucranianas a sistemas de armas mais avançados do Ocidente tem sido uma estratégia mais rápida e eficiente do que as propostas de treinar os militares do país a voar em aeronaves como os caças F-16, F-15 e o avião de ataque A-10.

Além do longo tempo de instrução, os aviões militares dos EUA exigem toda uma infraestrutura de manutenção que não existe na Ucrânia. Além disso, o possível abate de um desses jatos pela Rússia poderia ter consequências bastante negativas na opinião pública.

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