O caça furtivo Chengdu J-36 anda chamando a atenção da imprensa mundial com suas aparições cada vez mais surpreendentes e a China pode ainda deixar muita gente de cabelo em pé, especialmente o governo americano.
Numa recente publicação da revista científica Acta Aeronautica et Astronautica Sinica, conhecida como o principal periódico de aviação da China, um artigo revelou a existência de um projeto em desenvolvimento para o J-36 pousar em porta-aviões.
Por meio de uma nova tecnologia, desenvolvida pelo Instituto de Design e Pesquisa de Aeronaves AVIC Chengdu e pela Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanquim, o imenso J-36 poderia pousar sobre um porta-aviões em movimento.

Como se sabe, o J-36 não possui empenagens verticais, as conhecidas “derivas”, e nem uma cauda, tornando seu controle de voo em aproximação de pouso num porta-aviões algo muito difícil de se executar.
O artigo, divulgado pelo jornal South China Morning Post (SCMP), fala que a tecnologia ajudaria a vencer o “efeito esteira de ar do navio”, o fluxo de ar turbulento gerado pelo navio em movimento, causando instabilidade na aproximação.

Como funciona?
Para resolver essa questão, a tecnologia consistiria em um “controle direto de força”, que separaria os ajustes da trajetória de voo da orientação do jato por meio dos três motores do J-36.
Isso permitiria um controle da sustentação em tempo real sem alterar a inclinação da aeronave, usando matrizes jacobianas para calcular todos os parâmetros do voo por meio do Observador de Perturbação de Tempo Fixo (FTDO).
Esse módulo, adaptado da robótica, detecta e neutraliza os efeitos de vento cruzado entre superfícies de controle, compensando as oscilações mesmo em mar com ondas de até 6 metros.
A China já teria realizado múltiplos pousos simulados sob condições extremas, incluindo ventos cruzados, esteiras de ar turbulentas e movimentos dinâmicos do convés.

Nos testes, o pouso simulado ocorreu com o “catrapo” (expressão da Marinha quando o gancho da aeronave agarra o cabo de parada no convés de voo) entre o segundo e o terceiro cabo. Já o erro de altitude mínima foi de somente 2 centímetros.
No J-36 “naval”, sabe-se que lemes de vetorização de empuxo 3D e arrasto aerodinâmico foram introduzidos, assim como defletores nos slots do spoiler que controlam o fluxo de ar sobre a cauda da aeronave.
Se de fato tal tecnologia funcionar na prática, a China poderá implantar o J-36 em qualquer lugar do mundo e com capacidade de ataque estratégico de longo alcance, o que poderia preocupar e muito os EUA.