Com atraso do Boeing 777-9, Lufthansa pode reativar Airbus A380

Empresa alemã tem 14 aeronaves A380 armazenadas, que podem ser reativadas para acompanhar o aumento na demanda de transporte aéreo de passageiros
Alguns dos aeroportos liberados para receber o A380 já tinham autorização para operações do 747-8 (Airbus)
A Lufthansa armazenou seus 14 jatos A380 nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 (Airbus)

O CEO do Grupo Lufthansa, Carsten Spohr, que em 2020 havia decretado o fim das operações com o Airbus A380 na frota da empresa, mudou o tom de seu discurso em relação ao maior avião de passageiros do mundo. Em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre deste ano, realizada nesta quinta-feira (5), o executivo lembrou que a companhia ainda tem “14 A380 parados na Espanha”.

A menção de Spohr ao avião gigante da Airbus veio após o executivo ser questionado por analistas se o atraso nas entregas do Boeing 777-9, do qual a empresa tem 20 pedidos firmes, afetaria a capacidade da companhia alemã em acompanhar o crescimento na demanda por transporte aéreo de passageiros. No mês passado, a fabricante norte-americana confirmou mais um adiamento na estreia da nova geração do 777, que deve chegar ao mercado somente em 2025.

“Vou dizer com muita honestidade: se a demanda fosse tão forte que fôssemos forçados a utilizar novamente a opção do A380, eu seria a pessoa mais feliz”, disse presidente-executivo do grupo alemão, acrescentando que na situação atual, “no entanto, isso ainda não é necessário”.

Spohr afirmou que as companhias aéreas do Grupo Lufthansa (que inclui Germanwings, Eurowings, Austrian Airlines e Swiss International Airlines, além da Lufthansa) devem alcançar 75% da capacidade pré-pandemia até o fim deste ano, embora isso esteja “sujeito aos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia”.

A Lufthansa tem 20 pedidos firmes pelo novo Boeing 777-9 (Lufthansa)

A Lufthansa enviou seus 14 jatos A380 para um centro de armazenamento de aeronaves na Espanha em 2020, devido a crise no setor aéreo causada pela pandemia do coronavírus. Antes disso, em função dos altos custos operacionais do “Super Jumbo”, a companhia alemã já havia confirmado o retorno de seis desses aparelhos para Airbus, num processo de revenda que será concluído até o fim do próximo ano.

Mesmo sem cravar o retorno do A380 ao serviço comercial, o CEO da Lufthansa deixou no ar a impressão de que a empresa pode não ter ainda uma posição definitiva sobre o destino do avião de dois andares da Airbus, sobretudo enquanto o novo 777-9 não chega a sua frota.

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