Egito demonstra interesse no caça stealth chinês J-35A

Declaração ocorreu durante exercício aéreo conjunto com a China; jato de quinta geração ainda estaria em fase inicial de produção

J-35A em passagem baixa com pós-combustores ligados durante o Airshow China em Zhuhai
J-35A em passagem baixa com pós-combustores ligados durante o Airshow China em Zhuhai

Durante os exercícios aéreos conjuntos “Águia da Civilização 2025”, realizados em abril na base aérea de Wadi Abu Rish, um alto comandante da Força Aérea do Egito expressou interesse na aeronave stealth (furtiva) chinesa J-35A, atualmente em fase inicial de produção.

Segundo a imprensa local, o Tenente-General Mahmoud Fuad Abdel Gawad manifestou intenção de visitar a China para avaliar o caça de 5ª geração desenvolvido pela Shenyang Aircraft Corporation (SAC).

Embora não haja confirmação oficial sobre negociações, o movimento sinaliza estreitamento dos laços militares entre Egito e China, que vêm realizando exercícios conjuntos com crescente frequência. Durante o treinamento, a China destacou plataformas como o J-10C, o avião-tanque YU-20 e o sistema de alerta antecipado KJ-500 — este último operando fora da China pela primeira vez.

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O interesse egípcio no J-35A ocorre em meio a relatos de possível compra de até 40 caças J-10CE, versão de exportação do J-10C. Ambos os modelos fazem parte do esforço chinês de ampliar sua presença no mercado de defesa do Oriente Médio e oferecer alternativas a plataformas ocidentais, especialmente em contextos de restrições geopolíticas.

Suposto caça J-35A de produção em série (Weibo)

Versão embarcada e de exportação

O J-35A é o segundo caça de quinta geração da China, após o J-20. Com dois motores, design furtivo e integração de sensores e aviônicos avançados, o modelo foi projetado tanto para operações aéreas quanto para ataques de precisão em ambientes com defesa antiaérea pesada. A aeronave também terá uma variante naval para operação em porta-aviões, como o Type 003 “Fujian”.

Imagens recentes publicadas em redes sociais chinesas mostram um suposto modelo de produção inicial do J-35A, pintado em tom verde típico de fuselagens não finalizadas. Observadores ocidentais afirmam, no entanto, que o jato ainda não entrou em serviço nem foi exportado, apesar do crescente interesse internacional — especialmente de países como Paquistão e Egito.

Caça Rafale F3 do Egito

Com potencial para atuar como “cérebro de combate” em operações em rede, o J-35A incorpora tecnologias de baixa observabilidade, sensores distribuídos, radar AESA e compartimentos internos para mísseis de longo alcance como o PL-17. A aeronave faz parte da estratégia da China de competir diretamente com o F-35 norte-americano e consolidar sua presença em mercados emergentes de defesa.

O Egito tem uma relação um tanto instável com o Ocidente e a Rússia, operando caças americanos como o F-16 e os franceses Dassault Rafale e Mirage 2000, mas também possui cerca de 30 MiG-29.

Anos atrás, a Força Aérea encomendou o Sukhoi Su-35, mas rescindiu o contrato antes que a aeronave, já fabricada, fosse entregue. Parte da frota teria sido enviada para a Argélia.

Se adotado pelo Egito, o J-35A representaria uma mudança significativa no alinhamento tecnológico e geopolítico do país, reforçando a tendência de diversificação de fornecedores entre os países do Oriente Médio.

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