A Aerolíneas Argentinas anunciou no dia 30 de abril que deixará de contar com fundos públicos para a manutenção de suas operações.
O anúncio foi feito para o Ministério da Economia da Argentina e mostra uma evolução das finanças da empresa desde que o ultraliberal Javier Milei assumiu a presidência da Argentina em 2024.
Inicialmente, o Milei pretendia privatizar a Aerolíneas Argentinas, mas enfrentou oposição ferrenha dos funcionários, sindicatos e de congressistas, preferindo então adotar um “choque de gestão” na empresa, e cogita transferir para os funcionários ou abrir seu capital.
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Em 2024, a Aerolíneas registrou o primeiro lucro desde que foi estatizada: US$ 20 milhões em nível operacional e US$ 150 milhões de lucro financeiro.
Medidas de austeridade
Entre as medidas adotadas estão voar mais horas com seus aviões e o incremento das operações no lucrativo e concorrido Aeroparque Jorge Newberry, no centro de Buenos Aires.
Além disso, transportadora estatal fechou aliança com a Gol para os voos entre Argentina e Brasil e cancelou bases internacionais como Havana e Nova York.
O estafe de empregados foi reduzido em 1.600 empregados e 85 cargos hierárquicos foram extintos, em meio ao fechamento de oito diretorias e 20 gerências.
Houve ainda um acordo conhecido como “paz social” com os sindicatos para aumentar a produtividade das operações com o mesmo quadro funcional.
No ano passado, a empresa aérea transportou 18,4 milhões de passageiros contra 13,8 milhões em 2023.
Entre 2008 e 2023, a Aerolíneas Argentinas recebeu US$ 8 bilhões do governo argentino. Esta cifra é equivalente ao que a Alitalia recebeu do Erário italiano entre 2008 e 2020, com a diferença que a empresa italiana tinha o dobro da frota de sua congênere argentina.