Embraer vê influência política em decisão da LOT em favor do Airbus A220
Companhia aérea polonesa vai encerrar relação de décadas com a fabricante brasileira para operar jato rival

A despeito do discurso sobre “escolha técnica”, a LOT pode ter optado por encomendar o Airbus A220 em virtude da “geopolítica”.
Foi como sinalizaram executivos da Embraer à imprensa presente no Paris Air Show, onde um acordo para 40 A220 e mais 44 opções foi anunciado pela companhia aérea polonesa e a Airbus.
O negócio colocará fim em um relacionamento de 26 anos entre a empresa aérea e a fabricante brasileira, iniciado em 1999 com a incorporação dos primeiros jatos ERJ 145, de 48 assentos.
Pouco tempo depois, a LOT tornou-se a cliente lançadora da família E-Jet ao receber o primeiro E170 do mundo em 2004.

De lá para cá, a companhia estatal operou todos os modelos da série original, incluindo o E175, o E190 e o E195 – todos eles seguem em serviço, com 44 aeronaves ativas.
E2 não rivalizaria com o Boeing 737
No ano passado, a LOT passou a operar três E195-E2 arrendados, uma rara oportunidade de conhecer melhor a aeronave que disputava o volumoso pedido.
Mas, ao que parece, o amplo conhecimento desses jatos e a infraestrutura já instalada para mantê-los em voo não foi suficiente para convencer a empresa a se manter fiel à Embraer.
Em vez disso, a LOT se lançará em um novo processo de adaptação a um jato nunca antes operado pela empresa aérea. Ela afirma que o A220 proporcionará atender a destinos mais amplos, graças ao grande alcance.

Questionada sobre o resultado adverso, a Embraer comentou à Flight Global que o E2 é a melhor aeronave para empresa, capaz de gerar economias de 13% em relação ao Boeing 737, ao qual seria complementar e não um concorrente como o A220.
A decisão, na visão da fabricante, foi influenciada por um momento excepcional criado pelas questões políticas e a guerra na Ucrânia.
