EUA aceitam Boeing 747-8 doado pelo Catar para ser avião presidencial de Trump
Aeronave de luxo, avaliada em US$ 400 milhões, será adaptada para operar como Air Force One temporário, mas presente é contestado por adversários políticos

O governo dos Estados Unidos aceitou oficialmente um Boeing 747-8 VIP doado pelo Catar, que será utilizado temporiaramente como o novo avião presidencial por Donald Trump, caso ele retorne à Casa Branca.
A informação foi confirmada pelo Secretário da Defesa, Pete Hegseth, segundo relatos de vários sites de notícias. A aeronave estaria em conformidade com os regulamentos federais, de acordo com oficiais.
A decisão causou forte repercussão política, tanto por envolver um presente de um governo estrangeiro quanto pela possibilidade de uso pessoal por um ex-presidente.
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A aeronave atualmente se encontra no Aeroporto Internacional de San Antonio, no Texas, aguardando o início das modificações para transformá-la em uma versão funcional do Air Force One.

Jato de US$ 400 milhões
O Boeing 747-8 em questão foi entregue originalmente à Qatar Amiri Flight — divisão de aviação VIP do emirado — em 2012. Com interior de altíssimo padrão, o quadrimotor foi configurado com suítes, escritórios, áreas de descanso e salas de reunião, projetadas pelo estúdio francês Cabinet Alberto Pinto.
A aeronave é avaliada em cerca de US$ 400 milhões e conta com poucas horas de voo, estando em excelente estado de conservação.
Apesar do luxo a bordo, a aeronave ainda está longe de atender aos requisitos de segurança e operação de um verdadeiro Air Force One.
Ele precisa ser equipado com sistemas de comunicação criptografada, proteção contra mísseis, blindagem eletrônica contra pulsos eletromagnéticos e infraestrutura de comando e controle presidencial.

Especialistas estimam que essas modificações podem levar anos e custar centenas de milhões de dólares adicionais.
A intenção seria utilizá-lo como solução temporária, uma vez que os dois novos 747-8 presidenciais encomendados pela Força Aérea, designados como VC-25B, só devem ficar prontos em 2029.
A Boeing, no entanto, teria se comprometido a entregar ao menos uma aeronave em 2027, mas incompleta.
Polêmica constitucional
O caso gerou críticas de ambos os lados do espectro político. Juristas e congressistas apontaram possíveis violações da Cláusula de Emolumentos da Constituição dos EUA, que proíbe autoridades federais de aceitarem presentes de governos estrangeiros sem aprovação do Congresso.

Investigações da imprensa norte-americana indicam que assessores de Trump teriam procurado ativamente o governo do Catar para obter o avião, primeiro por meio de uma proposta de compra ou leasing, até chegarem à doação formal.
Para Trump e seus aliados, a ideia é clara: usar o jato como alternativa aos novos aviões presidenciais que só ficarão prontos no fim da década. Para os críticos, trata-se de um caso emblemático de conflito de interesses e de quebra de precedentes institucionais.