EUA expulsam Turquia do programa de caças F-35

Decisão da Casa Branca foi anunciada após a Turquia receber o sistema de mísseis S-400 da Rússia
Lockheed Martin F-35A
A Bélgica encomendou 34 caças F-35A; seleção do avião foi confirmada em 2018 (USAF)
A Turquia planejava adquirir até 100 caças F-35A (USAF)

O governo dos Estados Unidos iniciou nesta semana o processo de expulsão da Turquia do programa de caças Lockheed Martin F-35 Lightning II. A decisão anunciada nesta quarta-feira (17) pelo presidente Donald Trump é uma retaliação a Ancara, que na última semana recebeu as primeiras partes do sistema de defesa aérea S-400 da Rússia.

O porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, disse que “infelizmente, a decisão da Turquia de comprar sistemas de defesa aérea S-400 russos torna impossível seu envolvimento contínuo com o F-35″. O país na região da Eurásia era até então um dos parceiros no programa de desenvolvimento do F-35 e pretendia adquirir até 100 exemplares da aeronave na versão F-35A.

Washington vinha alertando a Turquia nos últimos meses que a aquisição dos mísseis russos poderia levar a expulsão do país no programa F-35. Como contrapartida ao S-400, os americanos tentavam oferecer aos turcos o sistema de defesa aérea Patriot. Ancara, no entanto, reclamava sobre a demora dos EUA em fornecer os equipamentos, cujas negociações foram iniciadas ainda sob a administração de Barack Obama.

Os EUA temiam que técnicos russos baseados na Turquia pudessem ter acesso ao F-35 e assim ter a chance de estudar as vulnerabilidades do caça.

A Casa Branca, no entanto, procurou minimizar os efeitos da decisão sobre as relações dos EUA com a Turquia, dizendo que Washington ainda “valoriza muito” sua relação estratégica com Ancara, mas pontuou que a decisão de aceitar os mísseis da Rússia “mina os compromissos que todos os aliados da OTAN fizeram uns aos outros para se afastarem dos sistemas russos”.

O sistema S-400 é projetado para abater aeronaves e até mesmo mísseis de cruzeiro

A indústria turca, por meio de 10 fornecedores locais, é responsável pela produção de 937 componentes do F-35. A fabricação de tais itens agora ficará a cargo de fabricantes norte-americanos e de outros parceiros do programa. O desenvolvimento do caça também conta com a participação da Austrália, Bélgica, Dinamarca, Israel, Itália, Japão, Holanda, Noruega e Coreia do Sul. Todos esses países também já receberam ou ainda vão receber o novo caça.

“A Turquia certamente e lamentavelmente perderá empregos e futuras oportunidades econômicas com essa decisão”, disse Ellen Lord, subsecretária de defesa de aquisições do Pentágono. “Ela (a Turquia) não receberá mais de nove bilhões de dólares em trabalho projetado relacionado ao F-35 durante a vida do programa.”

Veja mais: Há 30 anos voava pela primeira vez o B-2, o avião mais caro da história

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