EUA retiraram o caça F-117 da aposentadoria para atacar a Síria em 2017

Apesar de estar fora de serviço desde 2008, primeiro avião stealth da USAF tem sido visto voando com certa frequência nos desertos da Califórnia
O F-117 em ação: primeiro caça stealth teria participado de ataque na Síria em 2017 (USAF)
O F-117 em ação: primeiro caça stealth teria participado de ataque na Síria em 2017 (USAF)

Lá se vão 35 anos desde que o caça F-117A Nighthawk entrou em serviço na Força Aérea dos EUA (USAF) e quase 11 anos da sua aposentadoria oficial, em 2008, mas o primeiro avião stealth (invisível aos radares) do mundo, até onde se sabe, parece que continua a ser uma opção militar importante para o país.

No final de fevereiro, Dan Stijovich, um fotógrafo de aviação, conseguiu flagrar um F-117A voando sobre o Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia (veja abaixo). Não foi a primeira vez que o jato da Lockheed Martin foi visto voando no deserto após sua aposentadoria e o fato não surpreende já que a USAF manteve a maior parte dos 64 aviões construídos em condições de voo.

O fato novo, no entanto, foi a revelação pela revista holandesa Scramble de que quatro F-117 foram usados em ataques na Síria em 2017. Detalhes não foram informados, mas a revista teve a confirmação por fontes internas de que a USAF da fato mantém alguns F-117 em condições de voo para serem utilizados quando for necessário.

A grande questão é por que uma aeronave já considerada obsoleta pode ser útil se existem caças mais modernos como o F-22 Raptor e o F-35 Lightining II na frota americana.

Construído de forma quase artesanal, o F-117 é certamente um avião de manutenção complexa e cara, embora tenha aproveitado partes de outros caças existentes na época de seu projeto. Além disso, há também a necessidade de manter pilotos treinados para operá-lo, algo que requer voos regulares – daí a explicação para tantas aparições da aeronave no deserto da Costa Oeste americana.

Além disso, o F-117 já não pode ser chamado de um projeto “secreto” depois que um exemplar foi abatido sobre a Sérvia pelo antigo exército da Iugoslávia em 27 de março de 1999. Ou seja, há vinte anos sua então “invisibilidade” foi questionada ao não impedir que um míssil terra-ar o derrubasse. Tudo por causa de uma atualização em um radar soviético ultrapassado que passou a conseguir detectar o avião americano. Ainda assim, o caça (na verdade um avião de ataque) seguiu em serviço por mais nove anos até ser retirado de serviço em agosto de 2008.

Ainda útil

Um dos mais famosos “Black projects” (projetos secretos) dos EUA, o F-117 permaneceu desconhecido até 1988 quando os Estados Unidos o revelaram. Na época, a aeronave já estava operacional há cerca de cinco anos. No ano seguinte ele faria sua estreia durante a campanha no Panamá, mas a notoriedade viria com a Guerra no Golfo quando seus ataques de precisão sem ser detectado pelo inimigo ficaram famosos no noticiário. Com a entrada em serviço de aviões stealth mais modernos e capazes, o F-117 parecia ter perdido seu diferencial.

Mas, para a surpresa geral, o Nighthawk, mais um projeto desenvolvido pela divisão Skunk Works da Lockheed Martin, ainda é um reserva de luxo na USAF que ainda enxergou nele um importante vetor no cenário de guerra atual.

A missão na Síria, no entanto, não passou incólume. Um dos aviões, segundo a Scramble, teria tido uma emergência em voo e pousou numa aeroporto distante da base lar no Oriente Médio. Mesmo assim, é fabuloso pensar que uma aeronave projetada na década de 70 seguindo conceitos tão originais e heterodoxos ainda seja relevante no teatro de guerra do Século 21.

F-117 estocados pela USAF: não parece mas eles foram preservados pelos EUA (USAF)

Veja também: Ficha técnica: Lockheed Martin F-117A Nighthawk

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  1. Estavam testando, com a colaboração de Israel, a eficácia dos sistemas de defesas dos russos. Mas não espalhem a notícia. É segredo rsrsrsss

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