FAB pode reduzir encomenda de caças Gripen NG
Economia do País pode forçar compra de apenas 40 aeronaves contra as 108 pretendidas

Os novos caças Gripen começam a chegar ao Brasil a partir de 2019 (SAAB)
O reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB) com os novos caças suecos Saab Gripen NG pode não acontecer como o planejado originalmente. Em entrevista ao website FlightGlobal durante o Dubai Airshow neste final de semana, o major-brigadeiro Waldeísio Ferreira Campos disse que a má situação econômica do País e o enfraquecimento do Real poderá limitar a compra a apenas 40 aeronaves, contra as 108 pretendidas.
O major-brigadeiro da FAB, que também é vice-diretor do Departamento de Ensino da Aeronáutica, afirmou ter dúvidas sobre o governo ser capaz de concretizar o negócio por completo. “Eu não sei. Talvez iremos ter apenas 40, mas não os 100 (caças Gripen)”, contou o militar.
Campos admitiu que a escolha do Gripen NG foi um “bom negócio para o Brasil”, e quando o programa estiver totalmente implementado a indústria nacional será capaz de produzir 70% dos aviões encomendados. Segundo declarações do major, o primeiro caça deverá chegar ao País em 2019 e que os pilotos da FAB já iniciaram os programas de treinamento na Suécia.
Ainda de acordo com depoimentos à publicação estrangeira, Campos espera que um esquadrão inicial de 12 caças seja criado perto de Brasília (DF), e as aeronaves continuarão chegando a FAB a uma taxa de duas unidades por ano. A localização do segundo grupo ainda não foi definida, afirmou o major.
O caça da Saab foi o escolhido após uma disputa que também envolveu os modelos Boeing F/a-18E/F Super Hornet e o Dassault Rafale. A proposta da Suécia foi a que ofereceu os melhores termos de transferência de tecnologia, e o requisito mínimo foi de 36 Gripen NG, incluindo oito modelo biplace de treinamento. Segundo Campos, a exigência por uma nova aeronave de caça já vigora há cerca de 20 anos.

Com a possibilidade de reduzir as encomendas, a FAB pode não ser capaz de recapitalizar toda a sua força de envelhecidos caças AMX e Northop F-5 em meio a crise econômica que o Brasil vive.
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