Foguete Super Heavy e Starship falharam ‘com sucesso’ nesta quinta-feira, 20
Ao contrário do que grande parte da mídia propagou, foguete gigante da SpaceX não ‘explodiu’, mas foi destruído por segurança, após problemas em sua trajetória

Os lançamentos de teste dos foguetes da SpaceX seguem uma lógica bastante diferente da que nos acostumamos com agências espaciais estatais como a NASA ou a ESA.
Embora qualquer projeto ambicione um voo sem falhas, no caso da empresa do bilionário Elon Musk, os problemas são ‘bem-vindos’. É um ângulo de raciocínio completamente inesperado e que ainda causa confusão em parte da imprensa.
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O histórico lançamento desta quinta-feira, 20, com a primeira viagem do foguete Super Heavy com a espaçonave Starship terminou 4 minutos após a partida com uma explosão a quase 40.000 m de altitude.
Por mais estranho que possa parecer, o maior lançamento espacial da história foi um sucesso já que a expectativa da empresa se resumia a tirar o gigante do solo e levá-lo para longe da base de partida – um mal funcionamento ali poderia destruir as instalações e atrasar o programa.

Mas o Super Heavy, em meio a falhas de alguns dos 33 motores Raptor e detritos se espalhando, conseguiu se elevar da Starbase em Boca Chica, no sul do Texas.
Foi próximo dos 36 km de altitude que as coisas se complicaram, com o conjunto de 120 metros de altura girando em seu eixo até começar a cair. Foi quando o centro de controle da SpaceX decidiu acionar o sistema de “terminação de voo”, uma detonação voltada a minimizar seu impacto no mar.
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“Com um teste como este, o sucesso vem do que aprendemos, e aprendemos muito sobre o veículo e os sistemas terrestres hoje que nos ajudarão a melhorar os voos futuros da Starship”, afirmou a SpaceX logo após o lançamento de teste.
A empresa celebrou o fato de o Starship ter atingido um apogeu de 39 km, o mais alto que a nave já voou. Vale lembrar que o objetivo da SpaceX é que a espaçonave leve pessoas à Lua e Marte no futuro, daí se imaginando o enorme desafio à frente.
Sem chance de errar na NASA
Apesar do sentimento de frustração para quem não acompanha de perto o desenvolvimento do projeto de Musk, o lançamento mais do que cumpriu seu objetivo e abriu caminho para um segundo voo dentro de meses – o plano é realizar quatro decolagens em 2023, sendo uma delas até a órbita.
A filosofia da SpaceX é de “empurrar os limites” a fim de coletar o máximo de dados possível. Um sinal de que o primeiro conjunto Starship/Super Heavy não tinha grandes expectativas de retornar inteiro à superfície é notar como as superfícies estavam amassadas, descascadas e desalinhadas. Uma versão real da nave Millenium Falcon, de Star Wars…

É um cenário bem diferente dos lançamentos da NASA, que não admitem falhas sob risco de inviabilizar seus programas. Veja o caso da Artemis I, que postergou seu voo até a Lua por algum tempo por conta de alguns problemas durante sua preparação.
Se o primeiro lançamento falhasse certamente o projeto de levar humanos à Lua nesta década teria sofrido um duro revés.

Com a Starship, Elon Musk já mostrou que o caminho é um tanto atabalhoado, com situações inéditas no segmento de exploração espacial, mas com um ritmo de avanço no desenvolvimento sem igual.
Com certeza, o próximo lançamento da Starship mostrará grande evolução e possivelmente terminará em mais uma enorme bola de fogo. Ainda bem.
