Força Aérea do Afeganistão perdeu 20 aeronaves Super Tucano

Revelação partiu de Ed Topps, executivo da Sierra Nevada Corporation; empresa norte-americana é parceira da Embraer na área militar
Super Tucano da Força Aérea do Afeganistão; das 26 aeronaves recebidas pelos afegão, 20 foram perdidas (USAF)

Um publieditoral patrocinado pela fabricante estadunidense Sierra Nevada Corporation (SNC), veiculado na semana passada no site Breaking Defense, trouxe alguns dados interessantes sobre o Embraer A-29 Super Tucano montado nos EUA. As informações foram reveladas por Ed Topps, vice-presidente sênior do grupo Strategic Aircraft Systems da área de negócios ISR, Aviation & Security (IAS) da SNC.

Na entrevista paga, Topps comentou sobre detalhes do Super Tucano que raramente são abordados pela Embraer. Questionado sobre como a fabricante brasileira e a SNC se uniram, o executivo disse que o relacionamento entre as empresas começou durante a Guerra do Afeganistão.

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“Houve uma competição da Força Aérea dos EUA em 2013 para fornecer capacidade de ataque aéreo leve para a Força Aérea do Afeganistão. A Embraer forneceu a aeronave básica e adicionamos nova capacidade de missão para incluir sistemas de armas aprimorados, equipamentos de comunicação e tecnologia dos EUA. A aeronave estava voando por mais de 20 anos, portanto esta foi uma atualização significativa para o programa Super Tucano”, comentou Topps.

O Super Tucano montado pela Sierra Nevada é um dos componentes oferecidos a clientes do programa de “Vendas Militares Estrangeiras” (FMS, na sigla em inglês). A versão produzida nos EUA é o A-29B. A SNC e a Embraer também estão trabalhando no desenvolvimento do A-29C, modelo que contém sistemas de missão e tecnologias de cockpit de 4ª geração, como telas sensíveis ao toque. A certificação da nova variante é esperada para 2023.

O Super Tucano é empregado atualmente em mais de 10 países (USAF)
A Força Aérea do Afeganistão foi um dos usuários mais assíduos do Super Tucano em combate (USAF)

“O programa do Afeganistão foi muito eficaz, pois incluiu não apenas aeronaves de ataque modernas, mas também treinamento do SNC de pilotos e mantenedores afegãos para executar a missão eles mesmos. Outros países notaram o sucesso. A SNC e a Embraer decidiram continuar o acordo de parceria para promover o avião para outras nações que talvez não pudessem pagar o preço de um caça de quarta ou quinta geração, mas precisavam de mais capacidade. O turboélice oferece desempenho de ataque leve, mas com custos bastante reduzidos. Desde então, temos obtido sucesso na venda do Super Tucano para clientes de FMS em todo o mundo”, disse o executivo da SNC.

Desde o início da parceria com a Embraer, a SNC montou e entregou 48 exemplares do A-29. No entanto, quase a metade dessas aeronaves foram perdidas. “Havia 26 aeronaves entregues ao Afeganistão, mas infelizmente 20 delas foram destruídas durante as operações ou a retirada”, revelou Topps, se referindo a desastrosa retirada de militares americanos e aliados do Afeganistão, em agosto de 2021, e que culminou no retorno do grupo fundamentalista Talibã ao comando do país na Ásia Central.

“Também fornecemos seis (A-29 Super Tucanos) para o Líbano (no contexto do programa FMS). Mais recentemente, fornecemos 12 para a Força Aérea da Nigéria para a situação muito difícil em que o país se encontra agora contra o (grupo terrorista) Boko Haram. Há também uma aeronave no inventário da Força Aérea dos EUA e três em Hurlburt Field voando em apoio à missão Combat Air Advisory”, acrescentou Topps.

Super Tucano com o esquema de pintura da Força Aérea da Nigéria, que também é cliente do programa FMS (SNC)

De cá pra lá

O executivo da SNC também explicou como decorre a produção do Super Tucano americano. “A produção inicial da aeronave é feita nas instalações da Embraer (em Gavião Peixoto – SP) no Brasil e concluímos a montagem da aeronave na Flórida nas instalações (da SNC) de Jacksonville. Os testes de voo da aeronave básica também são feitos lá. Nas instalações da SNC em Centennial, Colorado, adicionamos todos os equipamentos de sistemas de missão, equipamentos ISR e equipamentos de comunicação.”

Ainda de acordo com Topps, após a conclusão das modificações da aeronave básica importada do Brasil, a “SNC lida com todos os testes finais e garante que as aprovações sejam concluídas e que a Força Aérea dos EUA aprove a aeronave. Em seguida, entregamos ao país a partir de nossas instalações em Centennial.”

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  1. Eu acho que tá mas que na hora da Embraer toma vergonha na cara e começar criar seu próprio sistema militar porque entra em uma guerra com um país que já sabe como e os equipamentos do inimigos não dá vantagem pra fica um paço a frente

  2. Em vez de comprarem jatos ultramodernos que nunca vão ser utilizados, deviam comprar uns 100 supertucanos e nos defendermos do narcotrafico

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