Força Aérea dos EUA pode encomendar mais aviões-tanque KC-46

Orçamento de 2026 deixa de lado projeto de avião invisível aos radares, de custo elevado. Mudança pode beneficiar Embraer

O KC-46A: novo avião de reabastecimento aéreo dos EUA é baseado no Boeing 767 (USAF)

A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) sinalizou uma possível mudança em sua estratégia de reabastecimento aéreo ao indicar, em documentos orçamentários divulgados nesta semana, que pode optar por ampliar a compra do Boeing KC-46A Pegasus em vez de investir na criação de um novo avião-tanque furtivo (invisível aos radares).

Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, o plano apresentado prevê um programa chamado “Tanker Production Extension” para manter a linha de produção do KC-46 aberta por mais tempo. A escolha seria mais econômica e viável no curto prazo, além de reforçar a presença do Pegasus como pilar da frota de reabastecimento.

Ao mesmo tempo, a USAF solicitou verbas adicionais para modernizar o KC-46, incluindo melhorias nos sistemas de comunicação, conectividade e proteção eletrônica, além de continuar o trabalho para corrigir falhas como o sistema de visão remota e o mecanismo do boom de reabastecimento, que ainda gera desafios.

Avião-tanque não tripulado furtivo (LM)

Avião-tanque stealth em ritmo lento

Enquanto isso, o desenvolvimento do chamado Next-Generation Aerial refueling System (NGAS), a futura aeronave-tanque stealth, segue em ritmo lento, com investimentos modestos voltados apenas para estudos de viabilidade e modelagem de conceitos.

A própria Força Aérea admite que, diante de restrições orçamentárias e de prioridades mais urgentes, pode ser mais vantajoso investir em avião de reabastecimento aéreo com maior proteção e conectividade do que em projetos furtivos altamente caros.

Outro destaque do orçamento é o avanço do conceito de lançar drones a partir do KC-135 Stratotanker, uma ideia que está se aproximando da fase de protótipo e que pode oferecer novas capacidades defensivas sem a necessidade de desenvolver aeronaves totalmente novas.

A sinalização clara é que a Força Aérea está optando por soluções práticas e de menor custo no curto e médio prazo, apostando na continuidade do KC-46 Pegasus enquanto mantém aberta a porta para futuros sistemas avançados.

O KC-390 com uma lança de reabastecimento aéreo, equipamento padrão da USAF (Embraer)

Esperança da Embraer

A mudança de estratégia da USAF pode beneficiar a Embraer, que tenta convencer o governo dos EUA a adotar o KC-390 Millennium como um avião-tanque tático, capaz de operar em pistas menores e de apoiar missões em ambientes contestados.

É o tipo de avião que não existe hoje no inventário da Força Aérea e que exigiria investimentos relativamente baixos para ser fabricado no próprio país.