GOL fecha acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA

Companhia aérea garante apoio financeiro e espera concluir reorganização até junho; fusão com Azul segue como possibilidade futura
Boeing 737 MAX da GOL em Fernando de Noronha
Boeing 737 MAX da GOL em Fernando de Noronha (Gol)

A GOL Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira (1º) ter firmado um acordo com um grupo majoritário de credores internacionais que detêm títulos da dívida com vencimento em 2026. O acerto é mais um passo para que a companhia conclua seu processo de reestruturação financeira sob o Capítulo 11 da legislação dos Estados Unidos.

Pelo acordo, esse grupo de investidores — chamado de “Ad Hoc Group” — se comprometeu a injetar US$ 125 milhões em uma nova rodada de financiamento que ajudará a GOL a sair da recuperação judicial. Somado a outros compromissos já firmados com os fundos Castlelake e Elliott, a empresa agora possui garantido pelo menos US$ 1,375 bilhão em financiamento de saída.

Com esse novo apoio, a GOL informou que irá atualizar seu plano de reestruturação que está em análise na Justiça dos EUA. O plano será modificado para incluir condições melhores aos detentores dos títulos de dívida de 2026, inclusive para quem não faz parte diretamente do grupo que liderou a negociação.

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Boeing 737 MAX 8 da Gol (Divulgação)

A expectativa da companhia é concluir todo o processo de reorganização e sair oficialmente do Capítulo 11 ainda em junho de 2025.

A empresa aérea brasileira, que é parte do Grupo Abra (dono também da Avianca), deu entrada na restruturação financeira em janeiro do ano passado.

Dívida menor, mas com impacto para os acionistas

Ao final do processo, a GOL estima que terá uma redução significativa de sua dívida, convertendo até US$ 1,7 bilhão em ações ou cancelando valores. Também estão previstos o cancelamento ou a conversão de até US$ 850 milhões em outras obrigações.

Jatos da Gol e Azul (Alexandro Dias)

Como consequência, haverá uma diluição das ações atuais da empresa — ou seja, os acionistas atuais passarão a deter uma fatia menor da companhia. A GOL ressaltou que os direitos de preferência dos acionistas, conforme prevê a legislação brasileira, serão respeitados.

Fusão com a Azul segue no radar

Além da reestruturação financeira, a GOL também firmou recentemente um acordo com a Azul Linhas Aéreas para estudar uma possível fusão entre as empresas. O memorando de entendimento assinado em janeiro prevê colaboração comercial imediata, incluindo acordos de codeshare e compartilhamento de programas de fidelidade.

Embora ainda não exista uma decisão formal sobre a fusão, a integração é vista como um caminho para consolidar o mercado de aviação doméstica no Brasil, hoje altamente competitivo e pressionado por custos operacionais elevados.

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