Instalação de câmeras em aviões é discutida no Brasil

Nações Unidas cobra uma posição das autoridades brasileiras até o final de abril; ação foi motivada pelo acidente deliberado com o avião da Germanwings, em 2015
Entidades brasileiras ainda estudam a implementação de câmeras do cockpit dos aviões (Airbus)
Entidades brasileiras ainda estudam a implementação de câmeras do cockpit dos aviões (Airbus)
Entidades brasileiras ainda estudam a implementação de câmeras do cockpit dos aviões (Airbus)
Entidades brasileiras ainda estudam a implementação de câmeras do cockpit dos aviões (Airbus)

 

Recentemente, a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), um órgão especializado das Nações Unidas, sugeriu alterações nos regulamentos de segurança da aviação comercial, propondo a instalação de câmeras de monitoramento nas cabines dos aviões. Como o Brasil faz parte do grupo, a autoridade internacional cobra uma posição das entidades aeronáuticas brasileiras sobre o assunto, que pode se tornar obrigatório a partir de 2023.

O tema foi discutido nesta terça-feira (11) pela Frente Parlamentar dos Aeronautas (FPAER), em Brasília (DF). O debate contou com a presença do diretor da Secretaria de Assuntos Institucionais do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), comandante Adriano Castanho, e o diretor de Operações e Segurança de Voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Ronaldo Jenkins. Durante a reunião, ambos se posicionaram contra a medida.

Em nota de posicionamento, o SNA apontou que gravação de imagens de membros da tripulação é uma intrusão a privacidade, além de desnecessária para alcançar o objetivo de capturar informações exibidas aos pilotos. Castanho ainda apontou que, durante uma investigação de acidentes aéreos, a gravação pode ser mal interpretada e seu vazamento indevido na mídia pode acarretar em conclusões equivocadas e precipitas.

Para o SNA, as imagens podem ser um bom complemento para investigações de acidentes, mas não ser consideradas como uma solução “milagrosa”, nem devem ser mais importantes que os dados fornecidos pelos gravadores de voz do cockpit e de dados de voo, as caixas pretas.

Já o especialista da ABEAR, em resposta ao Airway, afirmou que entidade não é favorável a medida proposta pela ICAO. “Nos comungamos da mesma posição da SNA. Tal avanço não vai ser determinante para elucidar uma investigação. Para nós é muito importante que tenhamos posições que deem suporte as nossas tripulação, e não algo que possa comprometer sua operacionalidade”, afirmou Jenkins.

O prazo para o Brasil decidir sobre o assunto encerra-se no dia 28 de abril. A resposta oficial será apresentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Acidente deliberado motivou movimento

O estopim para a ação da ICAO foi o acidente com o jato da companhia alemã Germanwings, em março de 2015 na França, no qual o co-piloto se trancou na cabine da aeronave e a derrubou de forma intencional após o comandante ter se ausentado para ir ao banheiro.

Veja mais: Mitos e verdades sobre acidentes aéreos

Total
0
Shares
Previous Post
A Esquadrilha da Fumaça voa desde 2013 com o A-29 Super Tucano (FAB)

Esquadrilha da Fumaça recebe certificado do Guinness Book

Next Post
O 737 MAX 9 é o substituto do modelo 737-900NG (Boeing)

Novo Boeing 737 MAX 9 vai decolar nesta semana

Related Posts
Total
0
Share