Joe Sutter, “pai” do Boeing 747, morre aos 95 anos

Ex-engenheiro chefe da Boeing conduziu o nascimento do primeiro jato widebody da aviação e revolucionou as viagens aéreas em massa
Joe Sutter trabalhou em tempo integral na Boeing até 1986 e havia se aposentado da companhia neste ano (Boeing)
Joe Sutter trabalhou em tempo integral na Boeing até 1986 e havia se aposentado da companhia neste ano (Boeing)
Joe Sutter trabalhou em tempo integral na Boeing até 1986 e havia se aposentado da companhia neste ano (Boeing)
Joe Sutter trabalhou em tempo integral na Boeing até 1986 e havia se aposentado da empresa neste ano (Boeing)

Joe Sutter, também conhecido como o “Pai do 747”, morreu nesta terça-feira (30), nos Estados Unidos, aos 95 anos de idade. As causas da morte não foram divulgadas pela família. Ex-engenheiro da Boeing e com status de lenda na aviação, Sutter liderou o desenvolvimento do jato 747, aeronave que revolucionou o transporte aéreo em massa com a primeira aeronave “widebody”, hoje padrão em modelos de grande porte.

Descendente de eslovenos, Sutter nasceu em Seatle, que também é a “casa” da Boeing, onde ingressou em 1943, quando ainda cursava engenharia aeronáutica na Universidade de Washington. Antes de assumir o projeto do Jumbo, o engenheiro trabalhou em melhorias em diversas aeronaves da Boeing, como o 377 Stratocruiser e o 367-80 (também conhecido como Dash-80), o primeiro avião a jato produzido pela fabricante americana.

Sutter também participou dos projetos dos jatos 707, 727 e o 737. Uma de suas contribuições foi a ideia de instalar os motores nas asas do 737, e não na parte traseira da fuselagem, como se fazia na maioria dos jatos nos anos 1950 e 1960. Durante toda sua carreira, o engenheiro participou somente de projetos de aeronaves comerciais.

Em 1965, foi indicado para liderar o desenvolvimento do 747, que decolou pela primeira vez em 9 de fevereiro de 1969. O Jumbo foi o primeiro jato “widebody” (“corpo largo”), aeronaves com longos corredores e cabines largas, que podem acomodar até 10 passageiros transversalmente. Essa configuração hoje pode ser vista em todos os aviões comerciais que realizam voos de longo curso.

O grande porte do 747 também permitiu aumentar a capacidade de combustível da aeronave, ampliando o alcance dos aviões a um novo nível, permitindo viagens entre continentes sem escalas e com grandes contingentes de passageiros – o primeiro 747-100 transportava cerca de 400 passageiros, em três classes, e alcance próximo dos 10.000 km.

A cria e o criador: Sutter assumiu o projeto do 747 em 1965 (Boeing)
A cria e o criador: Sutter assumiu o projeto do 747 em 1965 (Boeing)

Em 1985, Sutter recebeu a Medalha Nacional de Tecnologia dos EUA do presidente Ronald Reagan e, no ano seguinte, se aposentou do trabalho em tempo integral na Boeing após uma carreira de 40 anos na fabricante.

Sutter também serviu na comissão presidencial que investigou a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986, e continuou trabalhando como consultor para a Boeing até o início deste ano, quando se aposentou oficialmente. O Pai do 747 também esteve envolvido em evoluções da aeronave ao longos dos anos, como as séries 747-400 e a mais recente 747-8, e por muitos anos também trabalhou como consultor de companhias aéreas, particularmente na região da Ásia-Pacífico.

Veja mais: Boeing 747 SP, o “Baby Jumbo”

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  1. Descanse em paz mestre e muito obrigado por ter sido o capitão do formidável time que criou o melhor e mais belo avião de todos os tempos!!!
    Meu primeiro voo foi em um 747-400 da British Airways de São Paulo a Londres… Não poderia ter voado em avião melhor!!!

  2. Pessoas como você é que fazem o mundo avançar. A sua trajetória foi plena de obras grandiosas que somente beneficiaram os viajantes e milhões de trabalhadores do setor aéreo. O seu nome ficará para sempre na glória dos grandes feitos da humanidade. Você trabalhou para valorizar a conquista permanente da paz e a tranquilidade de todos aqueles que circulam pelo planeta. Descanse em paz e deixe o exemplo de trabalho inteligente, sério e produtivo, a ser seguido por muitos. Antonio

  3. Magnifico o seu comentário caro Antonio Carlos Pizani. Pensei em fazer um comentário, mas depois de ler o seu, desisti, fiquei sem o que dizer e emocionado tamanha a grandeza das suas palavras. abs. Nogueira

  4. Mr. Sutter, nunca precisou ter seu nome em nenhuma aeronave,da Boeing porque a maravilhosa máquina que ele criou já é por si so uma homenagem à ele. Não tem como não lembrar de Joe Sutter ao olhar para um 747.
    Infelizmente a Boeing receia ter que abandonar a produção desse avião, mas mesmo não vendo estes gigantes cruzarem nossos céus, ainda assim lembraremos do seu criador.
    Vi várias entrevistas com Joe Sutter,, e por mais que ele tivesse sido o gênio que foi, sempre se portou com muita humildade. Um grande prosiffional e ser humano. Descanse em paz.

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