A Embraer está mais do que determinada a romper a tradicional resistência das forças armadas dos Estados Unidos em adquirir aeronaves militares do exterior.
Embora existam vários programas com parceiros internacionais, eles geralmente são aceitos após exaustivas avaliações e contando com fortes parceiros locais.
A empresa brasileira, no entanto, aproveita o momento positivo do jato multimissão KC-390 Millennium para reforçar suas capacidades e para isso participa da 47ª edição da conferência ARSAG (Aerial Refueling Systems Advisory Group, Grupo de Aconselhamento em Sistemas de Reabastecimento Aéreo), que acontece de 29 de abril a 1º de maio em Las Vegas, no estado de Nevada.
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A ARSAG é atendida por membros da Força Aérea, a Marinha, o Corpo de Fuzileiros Navais e o Exército dos EUA, da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e aliados de 20 países que compartilham melhores práticas e a segurança de operações militares conjuntas e sistemas de reabastecimento aéreo.

Um KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou no Aeroporto Internacional Harry Reid, onde está exposto. Além disso, o CEO da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior, foi um dos convidados em um painel que discutiu temas relevantes da indústria, em conjunto com um executivo da Northrop Grumman e moderado pelo General reformado da USAF, John B. Sams Jr., Presidente do Conselho e Diretor de Operações da ARSAG.
“Estamos muito contentes em participar da ARSAG deste ano e pela oportunidade de discutir como a Embraer e o KC-390 Millennium estão prontos para apoiar o Departamento de Defesa dos EUA a superar alguns dos desafios críticos de reabastecimento aéreo enfrentados pelos EUA e seus aliados em todo o mundo”, disse o CEO da divisão de defesa da Embraer, Bosco da Costa Junior.

“Combate ágil”
Em um vídeo compartilhado pela Embraer, a empresa busca demonstrar que o KC-390 não se limita a missões de transporte e de reabastecimento aéreo.
A fabricante brasileira enumera vários cenários de aplicação da aeronave, seja em combate a incêndio ou UTI aérea, mas sobretudo para “emprego em combate ágil”.
Na concepção da Embraer, o Millennium oferece flexibilidade, interoperabilidade com forças aliadas e agilidade em deslocamentos aéreos, daí a ser considerado mais que um ‘cargueiro’ se equipado com comunicações extensivas e seguras.
“É um nó de comando e controle de domínio conjunto”, diz o vídeo. Entre as características descritas está a capacidade de ser carregado e descarregado rapidamente e o alcance.

Aeronave não é prioridade no Departamento de Defesa dos EUA
O grande desafio da Embraer é convencer o Pentágono que o KC-390 pode ser uma solução versátil e pronta para várias necessidades das forças armadas dos EUA em meio a mudanças no teatro de guerra.
No momento, não existe nenhuma concorrência nesse sentido, a despeito de a Força Aérea dos EUA estudar novos aviões-tanque. Além disso, há o emprego difundido do C-130 Hercules, aeronave rival do Millennium e que continua a ser prestigiado por todos os governos, sejam democratas ou republicanos.
A despeito das dificuldades, um contrato com os Estados Unidos mudaria o panorama da divisão de defesa da Embraer como nunca. Certamente vale todo o esforço para demonstrar o C-390 no país hoje presidido por Donald Trump.