Maior avião bimotor do mundo, Boeing 777-300 agora tem versão cargueira

Pacote de conversão oferecido pela GECAS e IAI permite embarcar até 101 toneladas de cargas na aeronave; jato modificado chega ao mercado em 2022
Big Twin: Boeing 777-300ER convertido em cargueiro pode transportar 101 toneladas (GECAS)
“The Big Twin”: o 777-300ER convertido será capaz de transportar 101 toneladas de carga (GECAS)

Maior grupo de arrendamento de aeronaves do mundo, a GE Capital Aviation Services (GECAS), em parceria com a Israel Aerospace Industries (IAI), anunciou nesta semana o lançamento do programa de conversão do Boeing 777-300ER para operar como avião cargueiro.

A conversão designada 777-300ER Special Freighter (SF) é o primeiro plano de modificação pós-mercado lançada para a família 777. A própria Boeing também oferece uma opção cargueira do “Triple Seven”, o 777F, mas baseado no modelo com fuselagem mais curta 777-200. Portanto, a nova versão oferecida pela GECAS e a IAI será o maior avião bimotor de carga do mundo.

O porte do 777-300ERSF também inspirou o grupo na hora de criar o nome comercial do avião. “Estamos apelidando o -300ERSF de ‘The Big Twin’ (O Grande Bimotor), pois é maior que o cargueiro de fábrica”, diz Richard Greener, vice-presidente sênior e gerente da divisão de aeronaves de carga da GECAS.

Co-investidora no projeto, a GECAS já adiantou um pedido firme para converter 15 aeronaves e opções para outros 15 exemplares. Posteriormente, esses jatos serão alugados pela empresa de arrendamento para outros operadores.

O processo de modificação das aeronaves será realizado em Tel Aviv pela IAI, empresa tradicional no ramo militar, mas que também tem uma longa experiência na conversão de aviões comerciais para outras funções, como aviões de reabastecimento aéreo e cargueiros. Segundo o cronograma da companhia israelense, o primeiro avião será entregue para a conversão em dezembro de 2020 e sua entrada em serviço é esperada para o final de 2022.

De acordo com a GECAS, o 777-300ERSF é preparado para transportar até 101,6 toneladas de carga. Esse volume supera em 20 T a capacidade do 777F da Boeing.

“O -300ERSF possui 47 posições padrão de paletes de 96 x 125 pol (2,4 x 3,2 m) no total. Portanto, no geral, ele tem mais 10 posições que um cargueiro de fábrica 777-200LRF ou um volume de 5.800 pés cúbicos (164 m³) a mais. Ele também tem oito posições a mais que o 747-400F de fábrica ”, disse Greener em entrevista ao FlightGlobal.

Mercado promissor

A GECAS prevê que o programa de conversão de cargueiros 777-300ER lançado com a IAI pode garantir mais de 150 pedidos até 2030. O preço de tabela para converter a aeronave ainda não foi divulgado pelo grupo, mas entende-se que esteja na faixa dos US$ 35 milhões por aparelho.

Tal valor é apenas uma fração do preço de um 777F “zero km” original de fábrica, que custa cerca de US$ 352 milhões. Desde 2009, quando lançou a variante de carga, a Boeing recebeu 230 pedidos pelo modelo, das quais 176 unidades já foram entregues.

A FedEx é o principal operador do Boeing 777F, com mais de 40 aparelhos em serviço (BriYYZ)

Dados de frotas aéreas compilados pela consultoria Cirium mostram que existem 811 jatos 777-300ER em serviço ou em armazenamento temporário, além de outras 33 aeronaves na carteira de pedidos firmes da Boeing para serem entregues. A produção do 777 atual deve terminar em 2020, abrindo espaço para a linha de montagem do novo 777X.

O grupo de arrendamento ainda estima que o mercado mundial vai exigir aproximadamente 350 cargueiros novos e usados do porte do 777 até 2030. Desse total, 200 jatos serão destinados para substituir aparelhos mais antigos e outros 150 para o crescimento de frotas. “É um caso de construa (o avião) e eles (os clientes) virão”, disse o vice-presidente sênior da GECAS, acrescentando que o “Big Twin” pode absorver até 50% dessa demanda (até 175 aeronaves).

Veja mais: Azul completa primeiro voo do E195-E2 com passageiros

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