Marinha desativa porta-aviões São Paulo

Corporação desistiu do programa de modernização da embarcação, que não navega desde 2014

NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira no Brasil (Alexandre Galante/Poder Naval)
NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira no Brasil (Alexandre Galante/Poder Naval)
NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira no Brasil (Alexandre Galante/Poder Naval)
NAe São Paulo parado na Ilha das Cobras, onde ficou durante boa parte de sua carreira com a Marinha  (Alexandre Galante/Poder Naval)

A Marinha do Brasil (MB) anunciou nesta terça-feira (14) a “desmobilização” do porta-aviões NAe São Paulo. Em outras palavras, a embarcação, que não navega desde 2014, será definitivamente desativada. O processo, que inclui a desmontagem de componentes do navio que podem ser reaproveitados, ocorrerá nos próximos três anos.

Segundo comunicado do Centro de Comunicação Social da Marinha, o Almirantado, após diversas tentativas de recuperar a capacidade operacional do navio aeródromo, concluiu que o programa de modernização do São Paulo exigiria “alto investimento financeiro, conteria incertezas técnicas e necessitaria de um longo período de conclusão.”

Em nota, a Marinha ainda afirma que a obtenção de um novo porta-aviões ocupará a terceira prioridade de aquisições, atrás do PROSUB (submarino de propulsão nuclear) e o programa de construção das corvetas Classe Tamandaré.

A corporação ainda reiterou que as atividades com aeronaves de asa fixa serão mantidas a partir da Base Aérea Naval, em São Pedro da Aldeira (RJ). É neste local que os caças AF-1 estão concentrados desde que o NAe São Paulo foi estacionado na base da Marinha na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, em 2014. A MB também afirmou que pretende manter os treinamentos dos pilotos com ajuda de “marinhas amigas.”

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Cronologia do NAe São Paulo

15/11/1957 – Começa a construção do porta-aviões Foch para a Marinha da França.

23/07/1960 – O navio é lançado ao mar.

NAe São Paulo quando ainda era o “FS Foch”, navegando a serviço da França (Domínio Público)
NAe São Paulo quando ainda era o “FS Foch”, navegando a serviço da França (Domínio Público)

15/07/1963 – O Foch é comissionado pela Marinha.

7/05/1977 – O navio participa de missões no Djibuti.

1983-84 – O Foch é enviado para combate na guerra civil no Líbano.

1993-1994 – O porta-aviões francês atua na Guerra na ex-Iugoslávia e também a serviço das Nações Unidas.

5/9/1998 – Chegam ao Brasil 23 unidades do caça leve A-4 Skyhawk, comprados do Kuwait. Eles formaram o primeiro esquadrão de asa fixa da Marinha e foram o primeiro passo para equipar um porta-aviões com aviões de combate.

15/11/2000 – O Foch é descomissionado da Marinha Francesa e vendido ao Brasil.

17/02/2001 – Já como São Paulo, o porta-aviões é recebido pela Marinha brasileira para substituir o Minas Gerais.

17/05/2004 – Uma explosão ocorre na sala de máquinas do navio, matando três marinheiros e ferindo outros oito. Um defeito numa tubulação de vapor é a causa do acidente. A Marinha decide promover uma reforma no São Paulo.

Caças AF-1 estacionados no convés de voo do NAe São Paulo (MB)
Caças AF-1 estacionados no convés de voo do NAe São Paulo (MB)

2005-2010 – Uma grande modernização é realizada no navio-aeródromo. Desde as turbinas a vapor até os geradores elétricos são reformados, entre outras melhorias. A embarcação recebe novos sistemas eletrônicos e tem suas catapultas revisadas.

Agosto de 2010 – O São Paulo volta ao mar para testes.

Agosto de 2011 – Em testes, o porta-aviões volta a ter problemas com incêndios em várias partes do navio, causando pânico em tripulantes na época.

Dezembro de 2014 – Sem conseguir resolver os problemas do navio, a Marinha do Brasil anuncia uma nova reforma que deveria ocorrer entre 2015 e 2019 e que faria o porta-aviões operar até 2039.

Setembro de 2016 – Apesar de reconhecer os problemas com o sistema de propulsão e de catapultas, a Marinha nega que irá desativar o São Paulo.

O NAe São Paulo era o maior navio militar em operação na América Latina (Alexandre Galante/Poder Naval)
O NAe São Paulo era o maior navio militar em operação na América Latina (Alexandre Galante/Poder Naval)

Fonte: Poder Naval