A Mitsubishi Heavy Industries pode reativar a linha de montagem dos jatos regionais CRJ num futuro breve, revelou o site Leeham News nesta terça-feira, 06.
A fabricante japonesa teria recebido sondagens da companhia aérea Skywest para uma possível encomenda do CRJ 550, uma versão do CRJ 700 com apenas 50 assentos em três classes, de acordo com o site.
Quando comprou o programa CRJ da Bombardier, a MHI tinha interesse na carteira de clientes da aeronave, mas não pretendia manter a linha de montagem funcionando. No ano passado, os últimos CRJ 900 pendentes de entrega foram concluídos e a linha de produção, no aeroporto de Mirabel, desativada.
Agora, a empresa estaria considerando construir uma nova fábrica para retomar a produção do jato regional e que pode ficar numa área no mesmo aeroporto, diz o Leeham News.
A Skywest opera voos regionais para a United Airlines e Delta Airlines e poderia substituir antigos CRJ 200 com o CRJ 550 que, embora capaz de transportar até 76 passageiros, é configurado com apenas 50 assentos em três classes para se adequar à cláusula de escopo.
A frota do CRJ 200 reúne cerca de 650 aeronaves atualmente, o que reforça uma possível demanda pela volta do CRJ.
Programa SpaceJet
A possível mudança de planos da Mitsubishi pode ter a ver com os problemas do programa SpaceJet, atualmente suspenso.
Desenvolvido para oferecer uma aeronave com baixo custo operacional e espaço interno generoso, os modelos M90 e M100 pretendiam introduzir a fabricante japonesa no mercado de aviões regionais, atualmente monopolizado pela Embraer.
No entanto, seguidos problemas no desenvolvimento e o crescente prejuízo financeiro piorado pela pandemia fizeram a MHI congelar o programa sem claras perspectivas de uma futura retomada.
Ao reabrir a linha de montagem do CRJ, portanto, a Mitsubishi poderia ampliar seu faturamento e recuperar parte do investimento realizado.
Como a família CRJ já é homologada no Canadá e todo o ferramental de produção foi preservado, a volta ao mercado seria mais simples e rápida.
Mesmo motor dos E-Jets
Os jatos regionais CRJ 550, CRJ 700, CRJ 900 e CRJ 1000 utilizam o turbofan GE CF34, o mesmo que equipa a primeira geração dos E-Jets da Embraer, incluindo o E175, aeronave de maior sucesso comercial da empresa brasileira.
Já a nova família E2 é equipada com o mais eficiente turbofan PW 1000G, da Pratt & Whitney, do tipo GTF (geared turbofan). Porém, essas aeronaves têm uma capacidade maior e um peso máximo de decolagem bem elevado se comparado aos CRJs.
Em resposta ao Leeham News, a Mitsubishi negou planejar a retomada da produção do CRJ e que está focada no suporte operacional da frota existente.
