Novo caça da Marinha dos EUA pode ser adiado em três anos

Governo Trump teria sugerido postergar programa F/A-XX devido a questões da engenharia e capacidade de produção

Projeção de um hipotético caça de 6ª geração para a Marinha dos EUA: programa perto de uma definição

A Marinha dos EUA está diante de um enorme dilema em relação ao programa F/A-XX, para um novo caça de 6ª geração que substituirá os F/A-18E/F Super Hornet a bordo de seus porta-aviões nucleares.

A força esperava anunciar o vencedor da concorrência entre Boeing e Northrop Grumman em março, logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelar o desfecho de outro programa similiar, o NGAD, da Força Aérea, também conhecido como F-47.

Não só o anúncio não ocorreu, mas agora pode ser adiado por até três anos, segundo a Reuters.

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O motivo é que o Pentágono teria restrições ao projeto temendo questões de engenharia e capacidade de produção. Tanto Boeing quanto Northrop tem dois grandes programas em andamentos, justamente o caça F-47 e o bombardeiro B-21 Raider.

A Marinha, no entanto, tem pressa para assinar um contrato, sabendo do tempo necessário para desenvolver o novo caça e colocá-lo em serviço na década de 2030.

Boeing F/A-18E Super Hornet (US Navy)

Um atraso dessa magnitude não só a deixaria desfalcada de uma aeronave de 6ª geração por muito tempo, mas também poderia levar ao cancelamento do programa já que todos os estudos atuais ficariam obsoletos.

Seria preciso lançar uma nova competição, empurrando a substituição dos Super Hornet para o fim da próxima década.

China avança com novos caças furtivos e porta-aviões

O conflito ocorre em meio ao avanço veloz da China, que lançou o Fujian, seu primeiro porta-aviões com catapultas eletromagnéticas recentemente e já estaria construindo uma embarcação maior, movida a energia nuclear.

Além disso, dois novos demonstradores de aeronaves furtivas estão em testes de voo desde o final de 2024, o ‘J-50’ e o enorme J-36, de três motores.

O jato ‘J-36’ na aproximação para pouso (Reprodução)

Os porta-aviões da Marinha dos EUA têm um papel decisivo em projetar poder no Pacífico, justamente a região em que a China busca ter uma presença militar maior.

Atualmente o programa F/A-XX tem US$ 454 milhões previstos no orçamento do ano fiscal de 2025, mas o novo Secretário de Defesa, Pete Hegseth, pretende transferir o montante para outros projetos, segundo a Reuters.