Problemas com o 787 faz Latam alugar Boeing 747

Mais de 20% dos jatos Boeing 787 da companhia estão temporariamente fora de serviço por conta de problemas nos motores Rolls-Royce
A Latam vai voar com um 747-400 alugado pela empresa Wamos Air, da Espanha (William Verguet/creativecommons)
A Latam vai voar com um 747-400 alugado pela empresa Wamos Air, da Espanha (William Verguet/creativecommons)
A Latam vai voar com um 747-400 alugado pela empresa Wamos Air, da Espanha (William Verguet/creativecommons)
A Latam vai voar com um 747-400 alugado pela empresa Wamos Air, da Espanha (William Verguet/creativecommons)

O grupo Latam Airlines em breve vai voar de Boeing 747. Em contato com o Airway, a companhia confirmou que assinou neste mês um contrato com a empresa Wamos Air da Espanha para utilizar temporariamente um jato 747-400 na rota Santiago (Chile)-Los Angeles (EUA). O uso da aeronave ainda está sujeito à aprovação de órgãos regulatórios.

O aluguel do 747 é uma solução provisória da Latam para manter a disponibilidade de voos enquanto alguns de seus Boeing 787 Dreamliner estão fora de serviço por manutenção do motor. De acordo com a companhia, mais de 20% de sua frota de 787 está temporariamente parada – a empresa possui 24 jatos 787-8 e 787-9.

A Latam opera o 787 equipado com motores turbofans Rolls-Royce Trent 1000, modelo que vem apresentando problemas que podem causar falhas em pleno voo. Em 2016, a indústria detectou que esses motores requerem troca em um prazo inferior ao previsto e, como consequência, a Rolls-Royce colocou em prática um programa de manutenção preventiva.

A Rolls-Royce já admitiu que os motores usados no 787 podem apresentar problemas de fadiga nas lâminas do compressor intermediário, causados por vibração excessiva. Como resultado, os danos acumulados podem causar falha da lâmina e consequente desligamento do motor.

Por conta desse risco, o FAA e a EASA, as agências reguladoras de aviação civil dos Estados Unidos e da Europa, emitiram neste mês novas diretivas restringindo voos longos dos 787 com motores Rolls-Royce. As medidas determinam que esses aviões não podem voar a mais de 140 minutos de tempo de voo de um aeroporto diversionário, local onde aeronave pode pousar caso ocorra algum problema durante o voo que altere o destino original da viagem.

Antes dessa imposição, os 787 podiam voar a 330 minutos de um aeroporto diversionário. Esse limite segue inalterado para os Dreamliner com motores GEnX, fabricados pela General Electric.

A Latam possui 24 jatos Boeing 787; mais de 20% da frota está fora de serviço (Divulgação)

Como o Boeing 787 é um avião com dois motores projetado para percorrer longas distâncias, agências reguladoras de aviação exigem que ele atenda aos requisitos de “Operações de Bimotores de Alcance Estendido” (ETOPS). Essa certificação determina quanto tempo a aeronave pode voar com apenas um único motor no caso do outro falhar.

Além da Latam, outras companhias aéreas que estão enfrentando o mesmo problema com seus 787 são a All Nippon Airways, Virgin Atlantic, Air China, Avianca (na Colômbia), entre outras.

O aluguel do 747, que será utilizado com as cores da Wamos Air e configurado com 529 assentos, já é a segunda ação tomada pela Latam devido aos problemas no 787. Antes disso, a companhia já havia confirmado o arrendamento de quatro jatos Airbus A330-200, também da Wamos Air, para operar as rotas Guayaquil-Madri, Santiago-Bogotá e Guayaquil-Nova York.

A Latam também alugou três jatos A330-200 da Wamos Air (Russell Lee/creativecommons)
A Latam também alugou três jatos A330-200 da Wamos Air (Russell Lee/creativecommons)

A companhia ressalta que antes de contratar a Wamos Air, que também fornece as tripulações para as aeronaves, “realizou rigorosas inspeções nas aeronaves e segue supervisionando sua manutenção e operação de forma contínua”.

A Latam também afirma que adotou medidas para manter os seus padrões de experiência de viagem, como a inclusão de um chefe de cabine da companhia para acompanhar a tripulação da Wamos Air em todos os voos.

Veja mais: Latam pode criar companhia de baixo custo, afirma jornal chileno

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