Protótipo de jato comercial supersônico é apresentado nos EUA

Boom será capaz de voar a mais de 2.300 km/h transportando até 55 passageiros; modelo deve entrar em operação a partir de 2023
O protótipo XB-1 será utilizado em testes aerodinâmicos e de propulsão (Boom Technology)
O protótipo XB-1 será utilizado em testes aerodinâmicos e de propulsão (Boom Technology)
O protótipo XB-1 será utilizado em testes aerodinâmicos e de propulsão (Boom Technology)
O protótipo XB-1 será utilizado em testes aerodinâmicos e de propulsão (Boom Technology)

Desde a aposentadoria do Concorde, em 2003, não faltaram ideias e conceitos propondo novos aviões de passageiros supersônicos. No entanto, nenhum desses projetos ainda havia saído do papel, como fez a Boom Technology com o “demonstrador tecnológico” XB-1, apresentado nessa terça-feira (15) nos Estados Unidos. O protótipo, parecido com um caça, será utilizado em testes aerodinâmicos e de propulsão.

O objetivo da fabricante, com sede no Colorado, é desenvolver uma aeronave comercial com até 55 assentos e capaz de voar a Mach 2.2, o equivalente a 2.335 km/h, mais de duas vezes a velocidade do som. Segundo a Boom, o primeiro voo do XB-1, para apenas dois ocupantes, está programado para o final de 2017.

A apresentação do XB-1, também chamado de “Baby Boom”, mostra o nível de preparação da fabricante, que funciona como uma start-up há apenas dois anos. Em pouco tempo, o projeto atraiu companhias aéreas e encomendas, mesmo ainda na fase conceitual. Como prevê a empresa americana, a versão definitiva, o “Boom”, deve entrar em serviço a partir de 2023.

E o Boom, que ainda nem voou, já tem dois clientes: o Virgin Group, do bilionário britânico Richard Branson, e mais uma companhia aérea da Europa ainda não revelada. Juntas, essas duas empresas poderão gastar mais de US$ 2 bilhões por 25 aeronaves.

Motor de caça, asas em delta

O Boom tem credenciais para ser não só um dos aviões mais rápidos do mundo, como também um dos mais avançados em termos de construção. A aeronave será fabricada quase que inteiramente com fibra de carbono, material mais leve e resistente que ligas metálicas e, tal como o Concorde, também terá asas no formato delta, configuração que permite alcançar altas velocidades – jatos comerciais convencionais, como o Airbus A320, têm asas enflechadas

Durante a apresentação do protótipo XB-1, a fabricante também aproveitou para mostrar uma nova configuração para a versão versão final do Boom. Antes proposto com dois motores, na nova proposta a aeronave agora é sugerida com três propulsores, dois sob as asas e o terceiro acrescentado na parte traseira, com duas entradas de ar na fuselagem.

A versão definitiva do Boom deverá ser impulsionada por três motores (Divulgação)
A versão definitiva do Boom deverá ser impulsionada por três motores (Divulgação)

O motor escolhido para impulsionar o Boom é o General Eletric J85-21, capaz de gerar 3.500 libras de empuxo. Uma versão mais antiga desse mesmo motor é usado no caça Northrop F-5 Tiger, como os que voam com a Força Aérea Brasileira (FAB).

Além de desenvolver o projeto, a Boom Technology também trabalha para apresentar soluções que convençam os EUA a derrubar a proibição de voos supersônicos por terra. Apesar disso, a fabricante calcula que existe demanda pelo Boom em mais de 500 rotas pelo mundo, mesmo em regiões oceânicas, incluindo Nova York – Londres, um dos trechos mais frequentados pelo Concorde.

Segundo Blake Scholl, fundador da Boom e atual executivo da Amazon, empresa que também investe no projeto, as viagens do futuro jato supersônico custarão aos passageiros cerca de US$ 5 mil (cerca de R$ 18 mil). A aeronave também é proposta pelo fabricante em versão executiva.

Desde o Concorde, nenhum outro avião comercial se aventurou a voar na velocidade do som (Divulgação)
Desde o Concorde, nenhum outro avião comercial se aventurou a voar na velocidade do som (Divulgação)

Se de fato entrar em serviço, o Boom será o terceiro avião comercial supersônico da história. Além do Concorde, outro jato que voava acima da velocidade do som com passageiros era o Tupolev T-144, fabricado na Rússia, conhecido no Ocidente como “Concordski”, devido a semelhança com o modelo anglo-francês.

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