Relatório preliminar sobre queda do Boeing 787 da Air India deve focar em controles de combustível
Investigação analisa possíveis ações nos interruptores de combustível após acidente que matou 241 pessoas na Índia

As autoridades indianas devem divulgar nos próximos dias o relatório preliminar sobre o grave acidente com um Boeing 787 Dreamliner da Air India que matou 241 das 242 pessoas a bordo, além de vítimas em solo, logo após a decolagem de Ahmedabad, no dia 12 de junho.
Segundo fontes, o foco principal da análise está nos interruptores de controle de combustível dos motores da aeronave.
A investigação, conduzida pela Aircraft Accident Investigation Bureau (AAIB) da Índia, baseia-se nos dados das caixas-pretas e em simulações realizadas pela Boeing que reproduziram os momentos finais do voo, afirmaram pessoas próxima ao caso à Reuters.
Os investigadores tentam entender se houve alguma ação nos interruptores de combustível que possa ter levado à perda de potência do motor momentos antes do impacto. Até agora, não há indicação de falha mecânica no Boeing 787 nem qualquer recomendação de mudança nos procedimentos de operação do modelo.
O movimento desses interruptores (responsáveis por alimentar os motores da aeronave) não pode ocorrer de forma acidental, segundo especialistas. Caso eles sejam desligados, a perda de potência é praticamente imediata, o que reforça a complexidade do caso e levanta dúvidas sobre uma possível ação humana, seja involuntária ou intencional.

O acidente representa um duro golpe para a Air India e para o grupo Tata, que assumiu o controle da companhia em 2022 com planos ambiciosos de modernização da frota e recuperação da imagem da empresa. O desastre também pressiona o governo indiano, que busca transformar o país em um centro global da aviação.
Além da análise técnica, o caso gerou críticas à forma como as autoridades indianas lidaram com a comunicação pública após o acidente, com escassas informações divulgadas nas primeiras semanas.
Após polêmicas, o governo indiano aceitou que um especialista da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) acompanhasse a investigação como observador.
O relatório preliminar pode ser divulgado até sexta-feira, mas fontes alertam que os detalhes poderão ser limitados e os prazos, alterados.