SP concentra 25% da aviação comercial brasileira

Em pesquisa inédita, Secretaria de Aviação Civil divulga dados sobre o fluxo de passageiros e regiões mais movimentadas
Os jatos que pousam em Congonhas contam com avançados sistemas de navegação e controle (Marcelo F. De Biasi)
Os jatos que pousam em Congonhas contam com avançados sistemas de navegação e controle (Marcelo F. De Biasi)

São Paulo é o principal ponto de origem e destino final de 25% dos voo nacionais (Marcelo F. De Biasi)

São Paulo é o principal ponto de origem e destino final de 25% dos voo nacionais (Marcelo F. De Biasi)

O estado de São Paulo foi o ponto de partida e destino final de 24,7% das mais de 199 milhões de pessoas que viajaram de avião no Brasil em 2014, como mostra a pesquisa “O Brasil que voa”, elaborada pela Secretaria de Aviação Civil. O estudo, inédito no País, passou por 65 aeroportos, que segundo a Secretária respondem por 98% de todo tráfego aéreo nacional, e entrevistou 150 mil passageiros, o que permitiu conhecer melhor quem utiliza, como funciona e o que falta ao transporte aéreo comercial brasileiro.

Das 10 rotas mais movimentadas do País em 2014, as nove primeiras partiram de São Paulo, transportando mais de 33,6 milhões de passageiros. Os três principais destinos foram voos para cidades nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. O décimo trecho mais procurado, Rio de Janeiro – Brasília, movimentou 1,8 milhão de pessoas, segundo a pesquisa.

Na movimentação entre estados, São Paulo e Rio de Janeiro lideram com 18,4% de todo o fluxo e mais de 6,2 milhões de passageiros. Na posição seguinte ficou a rota Bahia-São Paulo, que concentrou 13% dos voos nacionais com cerca de 4,7 milhões de passageiros, seguido de São Paulo-Paraná, com 11,8% dos voos realizados no ano passado e 4,3 milhões de usuários.

De acordo com a Secretária de Aviação Civil, 25% dos 150 mil passageiros entrevistados embarcaram em voos entre o Rio de Janeiro e São Paulo (e vice-versa), a ponte-aérea intermunicipal mais movimentada do Brasil, com mais 4,2 milhões de pessoas transportadas em 2014.

Todos os estados do Brasil enviam a maioria de seus voos para São Paulo (Divulgação)
Todos os estados do Brasil enviam a maioria de seus voos para São Paulo (Divulgação)

Outros 12% dos participantes voaram entre São Paulo e Brasília, trecho que registrou 2,1 milhões de usuários no ano passado, e a rota São Paulo – Salvador foi a escolhida por 10% dos clientes consultados, trajeto que mobilizou 1,6 milhão de passageiros no período analisado.

Passageiros

A pesquisa colheu mais de 10 milhões de respostas dos 150 mil entrevistados, o que foi possível identificar o perfil de quem utiliza o transporte aéreo. De acordo com o estudo, a maioria dos passageiros são homens (56,4%) com idade entre 31 e 45 anos (40,2%) que viaja a trabalhou ou estudo (49,2%) e possuem uma renda mensal que varia de cinco a 10 salários mínimos (21,7%).

O estudo mostrou que os passageiros têm poucas opções de transporte público para chegar aos aeroportos do Brasil. O táxi foi o meio mais utilizado pelos entrevistados, com 35,4% de participação, seguido de carro próprio (23,1%) e carona (16%). Ônibus é apenas a quarta opção (6,2%), logo a frente de lotações (3,9%). Metro e trem representaram apenas 0,5% e 0,2% dos meios utilizados pelos passageiros consultados.

As informações são baseadas em dados colhidos com os 150 mil passageiros escutados na pesquisa (Divulgação)
As informações são baseadas em dados colhidos com os 150 mil passageiros escutados na pesquisa (Divulgação)

Os dados da Secretaria de Aviação Civil também mostram com quanto tempo de antecedência os passageiros chegam aos aeroportos para embarcar em seus voos. A maioria (32,1%) é precavida é chega pelo menos uma hora antes do embarque. Mas ainda há quem chegue com os portões prestes a fechar: 16,9% dos entrevistados revelaram que entram no terminal faltando apenas 15 minutos para o voo decolar.

Quem chega antes ao aeroporto também tem mais tempo para fazer compras. Dos 150 mil entrevistados, 40,5% deles afirmaram que sempre compram algo antes de embarcar e quando o fazem, 83,7% desses passageiros consultados revelaram que gastam até R$ 50.

Quase 17% dos entrevistados chegam ao aeroporto faltando apenas 15 minutos para o voo (Divulgação)
Quase 17% dos entrevistados chegam ao aeroporto faltando apenas 15 minutos para o voo (Divulgação)

O advento do check-in online por computador ou smartphone ainda não diminuiu as filas nos balcões das companhias aéreas. Dos passageiros que participaram da pesquisa, 50,6% deles ainda realizam os procedimentos de forma manual, mesmo não precisando despachar as malas (35% dos entrevistados não despacharam suas malas). O registro pela internet é apenas a segunda opção dos entrevistados, 27,3% de participação, seguido pelos Totens, com 21,7%.

Novos trechos são necessários

A Secretaria de Aviação Civil, a partir do estudo, encontrou algumas lacunas de falta de aeroportos ou voos diretos entre cidades do Brasil, o que força os passageiros a enfrentar conexões ou optar por outros meios de transporte para chegar ao destino desejado.

Potenciais rotas que ainda não têm voos diretos (Divulgação)
Potenciais rotas que ainda não têm voos diretos (Divulgação)

O maior exemplo é a rota Rio de Janeiro (RJ) – Vila Velha (ES), que não conta com transporte aéreo. Em 2014, esse trecho poderia ter transportado mais de 150 mil passageiros em uma só viagem. Outro trecho com alta demanda ainda não atendida é São Paulo – Blumenau (SC), com potencial para mais de 133 mil usuários por ano, e Campo Grande (MS) – Rio de Janeiro, que pode movimentar cerca de 113 mil passageiros.

O estudo pode ajudar as companhias aéreas e redes de aeroportos, entre outros envolvidos no mercado da aviação pelo país, a adequar seus voos e instalações para melhor atender os passageiros.

Para conferir o estudo completo acesse o site da Secretaria de Aviação Civil.

Veja mais: Azul começa a servir cerveja em voos durante o ‘Happy Hour

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  1. São Paulo não só é o maior destino como também, no caso da Azul, por exemplo, um grande hub que interliga rotas pelo Brasil afora. Nosso modelo industrial, excessivamente centralizador é um dos motivos que estão transformando a Grande São Paulo em uma megalópole potencialmente inviável.

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