![(UAC)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2018/12/SSJ100_01-960x640.jpg)
O jato regional Superjet 100, produzido na Rússia, não faz mais parte da linha de produtos da Sukhoi. A controladora da fabricante, o grupo United Aircraft Corporation (UAC), reorganizou a estrutura da companhia no final de novembro e separou seus programas de aeronaves comerciais e militares. O novo “dono” do avião comercial russo agora é a Irkut, outra marca da UAC.
A mudança exigiu a transferência de todas as ações da Sukhoi Civil Aircraft Corporation (SCAC), fabricante e projetista do Superjet, de sua subsidiária Sukhoi Holding para a Irkut.
“A Sukhoi é uma fabricante bem estabelecida de aeronaves de combate para os militares russos e clientes de exportação, e aeronaves comerciais não são um foco”, apontou o Aviation Week, citando uma fonte da empresa.
Além da SCAC, a Irkut também incorporou outras duas divisões do grupo UAC: a Yakovlev Design Bureau, que projeta sistemas de comando de voo, e a AeroComposit, fabricante de componentes aeronáuticos de material composto.
A decisão de reunir todos os programas de aeronaves comerciais da UAC sob uma única gestão foi tomada em 2017, mas somente agora começou a tomar forma. A Irkut foi escolhida para dar continuidade ao Superjet porque hoje é a empresa que lidera o desenvolvimento de aviões civis da Rússia.
Outros produtos da Irkut são o jato narrowbody MC-21 e o widebody CR929, projetado em parceria com a COMAC, da China.
A Sukhoi criou a divisão de aviação civil em 2000 para separar o projeto do Superjet 100, também conhecido como SSJ100 (de Sukhoi Superjet 100), de seus tradicionais programas militares, como os caças Su-35 e novo Su-57. O projeto também contava com a participação estratégica da Leonardo, da Itália, que se retirou do programa no início de 2017 devido ao fraco desempenho financeiro do avião.
![A companhia Aeroflot, da Rússia, é o maior operador do Superjet 100, com cerca de 60 unidades em serviço (UAC)](https://www.airway.com.br/wp-content/uploads/2018/12/SSJ100_04-960x640.jpg)
Carreira conturbada
Nunca um avião comercial fabricado na Rússia, ou mesmo nos tempos da União Soviética, conseguiu fazer sucesso no Ocidente. O Superjet 100 não foge à regra. Anunciado em 2000 e testado em voo pela primeira vez em 2008, o jato regional projetado pela Sukhoi tem o porte e desempenho semelhantes aos dos Embraer E175, mas seu desempenho comercial é pífio.
Em pouco mais de 10 anos no mercado o Superjet somou cerca de 170 unidades entregues, a maioria para empresas aéreas da Rússia e órgãos públicos do país – o governo da Tailândia também comprou três unidades. As raras exceções no Ocidente são as companhias aéreas Interjet, do México, e CityJet, da Irlanda.
Hoje avaliado em aproximadamente US$ 50 milhões, o Superjet 100 começou sua carreira na aviação comercial da pior forma possível e sempre é lembrado por esse fato negativo. Em maio de 2012, um modelo da própria Sukhoi caiu em Jacarta, na Indonésia, enquanto realizava um voo de demonstração com clientes e jornalistas a bordo. O avião transportava 37 passageiros e oito tripulantes. Todos morreram no acidente.
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