USP e Boeing recrutam voluntários para testes de conforto

Câmara de pressão transformada em cabine de avião simula fases de um voo comercial
Equipe de estudos da Poli-USP e Boeing a bordo no mocape na câmara de pressão (Poli-USP)
Equipe de estudos da Poli-USP e Boeing a bordo no mocape na câmara de pressão (Poli-USP)
Equipe de estudos da Poli-USP e Boeing a bordo no mocape na câmara de pressão (Poli-USP)
Equipe de estudos da Poli-USP e Boeing a bordo no mocape na câmara de pressão (Poli-USP)

A Universidade de São Paulo (USP) e a Boeing estão estudando novas formas de tornar as viagens de avião mais confortáveis. E para isso, eles precisam de sua ajuda. A USP em parceria com a fabricante norte-americana está convocando voluntários para um “teste de conforto” no mocape de uma aeronave comercial montando no interior de uma câmara de pressão.

O equipamento, chamado pelos especialistas de “vazo”, é como um cilindro gigante, maior que um ônibus, e o seu interior pode receber diversos experimentos. “A Boeing chegou aqui por indicação da Embraer, com quem também já trabalhamos. Só existe outro equipamento no mundo com essa mesma configuração, na Alemanha”, contou Jurandir Yanagihara, professor e chefe de departamento da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), ao Airway.

Com um ambiente totalmente selado é possível injetar ar em seu interior, da mesma forma como funciona a cabine pressurizada de um avião. Não fosse por essa tecnologia, os passageiros não conseguiriam respirar em grandes altitudes ou então os aviões teriam de voar mais baixo, onde o consumo de combustível é maior.

No entanto, essa mesma pressão necessária para a sobrevivência e eficiência da aeronave também é um dos fatores de desconforto para os passageiros, como dificuldades para respirar ou incomodos nos ouvidos. Com ajuda da USP, a Boeing espera encontrar novas formas para reduzir esses impactos e tornar as viagens de avião mais confortáveis.

A chegada da Boeing ao Brasil para realizar estudos sobre conforto faz parte de um ciclo de pesquisas que já dura sete anos e que também já apresentou resultados práticos. “Os jatos 777 e 787 já contém soluções que foram descobertas nesse período”, contou Dianne McMullin, engenheira de fatores humanos da Boeing, que está no Brasil para acompanhar as pesquisas com a USP.

“As pesquisas determinam as tecnologias que podem ser utilizadas em nossos aviões. O tempo de implementação de uma nova solução descoberta nesse período de estudos acontece praticamente em tempo real”, explicou McMullin.

Como vai funcionar o teste?

O mocape instalado na câmara de pressão da Poli-USP é exatamente igual ao interior de um avião e quem “embarcar” nesse estudo terá uma sensação de imersão sensorial quase total. Além da reprodução visual, que inclui ainda uma galley e toalete funcionais, a sensação é ampliada por recursos de sonoplastia, que imitam os sons de um avião e fazem até a cabine vibrar, como se estivesse taxiando ou mesmo voando.

Cada teste vai reunir 30 passageiros por vez, que participarão de uma simulação de voo com seis horas de duração. “Será como um voo normal entre São Paulo e Punta Cana, no Caribe, com direito até a refeições de bordo. Um comissário de bordo profissional ainda vai acompanhar os voluntários, que durante a experiência preencherão um questionário”, contou Marcio Pupin Mello, coordenador de pesquisa e sensoriamento remoto da Boeing.

O objetivo do estudo é analisar as sensações de conforto dos voluntários em relação a diversas variáveis, como o nível de ruídos e a temperatura do ar-condicionado. Os testes com voluntários na câmara de pressão serão realizados entre setembro e dezembro deste ano.

Para realizar o estudo, a USP precisa de aproximadamente 600 voluntários, com idades entre 21 e 79 anos, que devem ter viajado de avião pelo menos uma vez na vida e recentemente. Interessador em participar devem se inscrever pelo e-mail [email protected].

“Esses voluntários vão ter a oportunidade de participar de um estudo que poderá melhorar as viagens de bilhões de passageiros no mundo todo”, exaltou Mello.

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