Vulcanair vai finalizar montagem de aviões no Brasil

Fabricante italiana está de olho na renovação da frota brasileira de aviação geral; maioria das aeronaves no país tem mais de 30 anos
(Divulgação)
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A Vulcanair já entregou mais de 450 unidades do P68 em diferentes versões (Vulcanair)

A fabricante Vulcanair, da Itália, anunciou na última semana uma parceria com a paulistana AGS Logística para trazer aeronaves diretamente da Itália para o Brasil, onde será feita a montagem final para entrega aos clientes. A empresa italiana ainda não definiu o local onde os aviões serão finalizados e o início das atividades vai depender das encomendas.

Uma boa chance para Vulcanair conquistar clientes no Brasil acontece nesta semana no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), durante a feira de aviação executiva Labace 2018. A fabricante de Nápoles é uma das marcas presentes no evento e participa expondo o modelo bimotor utilitário P68R.

“Estamos cumprindo uma promessa feita meses atrás ao mercado brasileiro, quando reafirmamos nosso objetivo de investir fortemente no país. Com essa nova parceria, quem ganha é o nosso cliente final, pois receberá o avião de forma mais ágil pelas mãos de uma empresa de logística altamente qualificada como a AGS”, explica João Moutinho, diretor da Vulcanair.

A feira em Congonhas acontece em um momento político e econômico que pode iniciar (ou não) um período de renovação da frota nacional de aviação geral.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Aviação Civil de 2017, publicado pelo Instituto Brasileiro de Aviação, mais de 6.200 aeronaves da aviação geral registradas no Brasil tem 30 anos de idade ou mais.

A categoria de aviação geral brasileira reúne atualmente cerca de 15.400 aeronaves – é a segunda maior frota de aviação geral do mundo, atrás apenas do mercado dos Estados Unidos. São jatos executivos, helicópteros, monomotores e bimotores privados, entre outros tipos de veículos com certificação da ANAC – essa lista não inclui aeronaves experimentais, que somam mais de 5.900 unidades no Brasil.

O Observer tem o nariz transparente para facilitar a observação dos tripulantes (Vulcanair)
O Observer é umas das versões mais populares da série P68, usados por civis e militares (Vulcanair)

“A frota nacional de bimotores a pistão deve ser renovada muito em breve, pois tem uma idade média maior do que 30 anos, e os nossos produtos contam com o melhor custo-benefício do mercado”, afirma Moutinho.

O avião que a Vulcanair levou para a Labace, o P68R para seis passageiros, é projetado para decolar de pistas curtíssimas (menos de 300 metros) e não preparadas, além de ter autonomia de 9 horas de boo. O modelo utiliza dois motores a pistão (Lycoming IO-360-A1B6) de 200 HP. A empresa já entregou mais de 450 unidades do P68 em diferentes versões para uso civil e militar em 12 países.

O monomotor V1.0 é avaliado em cerca de US$ 260 mil (Vulcanair)
O V1.0 é avaliado em US$ 260 mil; avião é proposto para uso privado e escolas de aviação (Vulcanair)

A versão mais destacada do P68 é o modelo Observer 2, para voos de patrulha e observação, com clientes civis e militares. Alguns dos operadores são a marinha do Chile e a empresa brasileira Geoid, que utiliza a aeronave com sensores especiais para mapear terrenos.

No Brasil, a Vulcanair mantém quatro centros homologados para reparos de todos os tipos nas cidades de Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Fortaleza (CE) e Florianópolis (SC). Existem atualmente quatro aeronaves da fabricante italiana registradas no país.

A Vulcanair é relativamente nova no mercado. Fundada em 1996, a fabricante em pouco tempo se tornou um dos principais nomes da aviação geral na Europa. Outros aviões da empresa são o monomotor V1.0 e o bimotor turbo-hélice A-Viator, para até 11 passageiros.

O A-Viator é um avião do tipo "multi-missão" (Vulcanair)
O A-Viator é equipado com motores turbo-hélice Rolls-Royce (Vulcanair)

Veja mais: Feira de aviação em São Paula terá pela primeira um avião chinês 

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