Força Aérea dos Estados Unidos prepara arma hipersônica de ataque

Míssil capaz de voar a mais de cinco vezes a velocidade do som seria capaz de atingir Brasilia partindo de São Paulo em apenas nove minutos
O X-51 prestes a ser lançado do bombardeiro B-52: como arma, tecnologia hipersônica causa temor (USAF)
O X-51 prestes a ser lançado do bombardeiro B-52: como arma, tecnologia hipersônica causa temor (USAF)

Os aviões hipersônicos devem tornar-se realidade num futuro não muito distante, mas as armas capazes de voar acima de Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som) surgirão antes disso. Rússia e China já estudam mísseis lançados do ar que voam a essa impressionante velocidade e os Estados Unidos, como não poderia deixar de ser, já estão entrando na fase decisiva para desenvolver tal artefato.

Em julho, a Força Aérea dos Estados Unidos selecionou cinco empresas que participarão da disputa para fornecer a “arma hipersônica de ataque convencional”, como é chamada internamente. São elas a Boeing, Lockheed Martin, Northrop Grumman, Orbital ATK e Raytheon. Ou seja, as velhas conhecidas do setor de defesa americano.

O projeto envolve o desenvolvimento de um míssil que será lançado de bombardeiros e caças e que poderá atingir velocidades superiores a 6.200 km/h – para efeito de comparação, quase três mais veloz que o aposentado jato comercial supersônico Concorde.

Tamanha velocidade permitirá um tempo de ataque de menos de 10 minutos em distâncias de cerca de 1.000 km. É como se um avião militar disparasse o míssil em São Paulo e atingisse Brasília (a cerca de 870 km da capital paulista) no mesmo tempo que levamos para escovar os dentes.

O grande apelo da tecnologia, que foi testada nos Estados Unidos no início da década, é não ter hoje uma forma de defesa nas grandes potências. A essa velocidade nenhum sistema anti-míssil seria páreo para o artefato.

Guiado por satélite

O míssil hipersônico utiliza uma propulsão considerada ideal para esse tipo de voo, a “scramjet”, que significa um motor que dispensa fans e compressores para acelerar, comprimir e aquecer o ar que passa pelo seu interior, graças à alta velocidade em que voa. Em 2010, o avião X-51 Waverider, não-tripulado, colocou em prática a tecnologia e atingiu velocidades próximas a 6,4 mil km/h.

Ele será guiado por um sistema de navegação com duas fontes, por GPS e também inercial, para ampliar sua precisão. Por enquanto, o projeto vislumbra avaliar as propostas das empresas selecionadas no ano fiscal de 2018. Resta saber quando tal arma estará disponível no arsenal da força aérea americana. E também na chinesa e russa.

Veja também: Avião-espião hipersônico dos EUA deve voar em 2018

X-51 Waverider (USAF)

 

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