A famosa Fortaleza Voadora voou na FAB, mas não como bombardeiro

Um dos aviões mais icônicos da Segunda Guerra, o Boeing B-17 operou no Brasil entre 1951 e 1968, mas em missões bem diferentes
Fortalezas desarmadas: O B-17 serviu na FAB em missões de resgate e reconhecimento

Um dos aviões mais famosos da Segunda Guerra Mundial, o bombardeiro Boeing B-17 “Flying Fortress” (Fortaleza Voadora) também voou a serviço da Força Aérea Brasileira (FAB), mas em missões bem diferentes.

Os B-17 chegaram ao Brasil a partir 1951, obtidos dos Estados Unidos. Ao todo, foram adquiridas 13 aeronaves, nas versões SB-17G e RB-17G. Esses modelos, porém, não tinham capacidade de realizar bombardeiros. Em vez disso, eram equipados para operações de Busca e Salvamento (SAR), Reconhecimento Aerofotográfico e Transporte.

Como relembra o website História da Força Aérea Brasileira, do historiador de aviação Rudnei Cunha, os primeiros seis aparelhos que chegaram ao país foram cinco SB-17G e um RB-17G. Os aviões foram entregues ao antigo Centro de Treinamento de Quadrimotores (CTQ), criado pela FAB em 1951, na Base Aérea do Galeão (RJ), para treinar os tripulantes da grande aeronave. Ainda naquele mesmo ano, o CTQ foi transferido para Recife (PE) – e depois, em 1953, foi extinto e deu origem ao 1º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação, desativado pela FAB em 2021.

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Em 1954 e 1955, foram recebidos mais sete B-17, formando uma frota com 12 aparelhos – um modelo foi perdido num acidente em 1952 e outros três em 1959, 1962 e 1964.

Na imagem, um SB-17G da FAB; modelo transportava um bote de resgate (acervo História da Força Aérea Brasileira)

Se valendo da grande capacidade e longa autonomia de bombardeiro, os B-17 da FAB foram empregados em voos do Correio Aéreo Nacional (CAN), inclusive prestando suporte ao contingente brasileiro da “United Nations Emergency Force”, na Faixa de Gaza, entre 1956 e 1967.

No momento de atuação mais célebre das Fortalezas Voadoras brasileiras, os B-17 da FAB ficaram em alerta durante a “Guerra da Lagosta”, acompanhando a movimentação de embarcações da Marinha da França pelas proximidades do litoral. O episódio, que envolveu troca de provocações diplomáticas e militares entre Brasil e França, foi iniciado após as autoridades brasileiras proibirem a presença de barcos pesqueiros franceses na zona econômica exclusiva do país. A tensão durou três anos, de 1961 até 1963.

B-17 da FAB voando próximo do navio francês Tartu, durante a “Guerra da Lagosta”

Difíceis de serem mantidos e obsoletos numa era de jatos, os B-17 começaram a ser desativados gradativamente pela FAB até 1968, quando completou 17 anos de serviço no Brasil.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Boeing B-17G)

Motor: 4 motores radiais de 9 cilindros Wright R-1820-97 de 1.200 HP, equipados com turbocompressor externo
Envergadura: 31,62 m
Comprimento: 22,65 m
Altura: 5,81 m
Superfície alar: 130 m2
Peso: 16.345 kg (vazio); 25.129 kg (máximo)
Velocidade: 499 km/h (máxima, a 7.620 m)
Razão de ascensão: 217,71 m/min
Teto de serviço: 10.668 m
Alcance: 4.020 km

Ilustração do SB-17G da FAB, de missões SAR (acervo História da Força Aérea Brasileira)

Texto baseado do artigo original publicado por Rudnei Dias e autorizado para uso em Airway.

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  1. No Brasil existem dois exemplares, ums em exposição estática na frente da Base Aérea de Recife, e outra espersndo restauração no Museu Aeroespacial no Rio de Janeiro!

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