A guerra da desinformação entre Índia e Paquistão

Alegações sobre abates de caças e destruição de alvos em terra colocadas em questão no conflito

A India é apenas o terceiro cliente externo do Rafale, juntamente com o Egito e o Qatar (Dassault)

Atualmente, Índia e Paquistão deflagram um conflito armado na região da Caxemira, território disputado entre as duas potências nucleares do sul da Ásia, porém, alegações das duas partes, não comprovadas, criam uma guerra de desinformação.

No dia 22 de abril de 2025, um ataque ocorreu na região indiana de Pahalgam, mais exatamente no Vale de Baisaran. A Índia culpou o Paquistão pelo ataque e promoveu uma resposta na forma da “Operação Sindoor”.

A operação utilizou-se de ataques aéreos e de artilharia contra alvos no Paquistão, que imediatamente iniciou sua retaliação, atacando o vizinho nuclear do leste.

INS Vikramadita - Marinha Indiana
Caça MiG-29K (Indian Navy)

O Paquistão alegou ter abatido várias aeronaves, incluindo Mig-29 ou Sukhoi Su-30 e até o Rafale, operados pela Força Aérea Indiana, assim como também ter destruído alvos terrestres do inimigo.

Todavia, os fatos foram alegados somente e não existem provas ou evidências de que teriam de fato ocorrido, com vídeos divulgados na internet, relacionando eventos passados ao conflito atual.

A Índia acusa a Frente de Resistência, um braço do Lashkar-e-Taiba, instalado no Paquistão, como responsável pelo ataque que matou as 26 vítimas civis na Índia, incluindo turistas.

Tendo acusado formalmente o Paquistão de apoiar o terrorismo transfronteiriço, a Índia suspendeu imediatamente as relações comerciais entre os dois países e também a emissão de vistos de paquistaneses.

Então, em 2 de maio, a Índia iniciou exercícios militares perto da fronteira com o Paquistão, na região da Via Expressa Ganga, no distrito de Shahjahanpur, em Uttar Pradesh.

Várias aeronaves foram deslocadas para esse exercício, incluindo caças Sukhoi Su-30 e Hércules C-130, com vídeos sendo divulgados nas redes sociais.

Guerra de desinformação

A Índia é um dos maiores operadores do temível caça russo Sukhoi Su-30 (Divulgação)
A Índia é um dos maiores operadores do temível caça russo Sukhoi Su-30 (Divulgação)

Na madrugada de 7 de maio, a Força Aérea Indiana realizou ataques nas regiões da província de Punjab e na Caxemira administrada pelo Paquistão, resultando em 26 mortos e 46 feridos.

O Paquistão afirma ter respondido ao ataque e refuta ainda as alegações indianas de que teria destruído nove locais que seriam bases do grupo terrorista.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, disse em nota: “A Índia alega ter atacado acampamentos terroristas; isso não é verdade, a mídia internacional pode visitar os locais onde civis foram atacados”.

Partes do que seriam os dois motores Snecma M88 usados pelo Rafale (reprodução)
Partes do que seriam os dois motores Snecma M88 usados pelo Rafale (reprodução)

Do outro lado, o Ministério da Defesa da Índia divulgou nota dizendo: “Nossas ações foram focadas, ponderadas e de natureza não escalonada. Nenhuma instalação militar paquistanesa foi alvo. A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução.”

O governo do Paquistão reconheceu que a Força Aérea Indiana permaneceu no espaço aéreo de seu país, lançando ataques com mísseis de longo alcance, mas alegou que a Força Aérea do Paquistão abateu cinco aeronaves, incluindo três Rafales.

Partes do que seria o assento ejetável da Zvezda, usado pelos caças Mig-29 e Su-30 indianos (reprodução)
Partes do que seria o assento ejetável da Zvezda, usado pelos caças Mig-29 e Su-30 indianos (reprodução)

Imagens divulgadas na internet mostram um míssil MICA ainda no pilone de lançamento e um tanque externo alijável, que seriam destroços de um Rafale, no caso com o indicativo BS 001, perto da base aérea indiana de Bathinda.

Outra foto mostra o que seriam dois motores SNECMA M88 do Rafale, porém, novas imagens revelam destroços de mísseis ar-ar chineses PL-15E, usados nos caças paquistaneses JF-17 e J-10CE. Estes teriam sido usados na ação, segundo o governo paquistanês.

Parte do míssil chinês PL-15E usado nos caças JF-17 e J-10 do Paquistão (reprodução)
Parte do míssil chinês PL-15E usado nos caças JF-17 e J-10 do Paquistão (reprodução)

Um assento ejetável Zvezda K-36DM, usado nos Mig-29 e Su-30, teria sido encontrado também. Por ora, a Índia não confirma o abate de caças e o Paquistão continua a alegar que posições de grupos terroristas em seu território teriam sido alvo de ataques.

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