A uma semana de leilão, Avianca opera com sete aviões e quatro destinos
Companhia encolheu em poucos dias e agora só voa para São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador com 39 frequências


Como esperado, a operação da Avianca Brasil encolheu de forma drástica nos últimos dias. Segundo levantamento do Airway, nesta segunda-feira (29), a companhia aérea voava com apenas sete aviões – quatro Airbus A318, dois A319 e um A320 que, no entanto, estaria inativo desde a madrugada em Natal (RN).
À espera do leilão de seus ativos no próximo dia 7 de maio, a empresa comunicou seus parceiros que manterá apenas quatro aeroportos atendidos a partir desta semana: Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ), Brasília e Salvador, com cerca de 39 voos diários.
Após o acordo com os credores para dividir os slots e o programa de milhagem “Amigo” em sete UPIs (Unidade Produtiva Isolada), a Avianca teve de devolver seus principais aviões nos últimos dias. Somente no dia 22 de abril, a segunda-feira seguinte à Páscoa, nada menos que sete Airbus fizeram seus últimos voos pela companhia. Boa parte deles foi enviada para Houston, nos EUA, enquanto outros aviões seguiram em traslado para a Espanha. De acordo com dados do site FlightRadar, ao menos oito aviões estão parados no Galeão, Guarulhos e Congonhas.
Baixa capacidade
A estratégia de sobrevivência da Avianca está focada em operar sobretudo na ponte aérea Rio-SP, além de algumas rotas para Brasília e Salvador. Mesmo assim, a companhia perde capacidade mesmo nos voos mantidos já que os modelos que sobraram em sua frota têm menos assentos como o A318 (100 lugares) e A319 (120 lugares). Com o A320, a empresa transportava 150 passageiros e, no caso da versão Neo, com uma economia de combustível maior.
Apesar de ainda sobreviver, a situação da Avianca permanece grave. Sem operar as rotas a que tem direito, a companhia pode ver a ANAC redistribuir seus slots. Segundo a agência, a Avianca possui 863 slots em Guarulhos, 268 em Congonhas e 134 no Santos Dumont.
Como as autorizações de pouso e decolagem são praticamente o que restou de valor na companhia deficitária, o simples fato de que esses horários poderão ser divididos entre suas concorrentes pode fazer com que o leilão de semana que vem fracasse, deixando funcionários e credores sem receber parte das suas dívidas.
Se em março havia uma esperança de que a Azul assumisse os principais voos, aviões, programa de milhagem e mesmo parte dos funcionários (por um valor baixo, é verdade), essa possibilidade desapareceu quando LATAM e Gol, no intuito de impedir o avanço da rival, manobraram para impedi-la de levar o espólio da Avianca. Sem a companhia de David Neeleman, que já declarou estar fora do leilão, restam as duas maiores companhias aéreas brasileiras na jogada, além de possíveis candidatos estrangeiros, caso apostem na abertura do mercado nacional.
Resta saber o que sobrará da Avianca daqui a uma semana.

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