ANAC aprova retorno das operações com o Boeing 737 MAX no Brasil

Exigências de projeto para os aviões e de treinamento para tripulação estão sendo cumpridas pela Gol, único operador do jato no mercado brasileiro
Boeing 737 MAX 8 - Gol Linhas Aéreas
(Gol)
Boeing 737 MAX 8 - Gol Linhas Aéreas
Boeing 737 MAX 8 da Gol; companhia encomendou mais de 100 aeronaves (Gol)

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) concluiu, nesta quarta-feira (25), o trabalho independente para autorizar novamente a operação das aeronaves modelo Boeing 737 MAX 8 no Brasil. Com um processo de aproximadamente dois anos, a validação das modificações do projeto foi feita pela ANAC após a aprovação da autoridade certificadora, a estadunidense Federal Aviation Administration (FAA).

A ANAC retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade (DA) que restringia a operação do MAX no Brasil após concordar com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados. A DA da FAA, divulgada na última sexta-feira (20), foi adotada também pela agência brasileira e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo. Atualmente, somente a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves Boeing 737 MAX na frota brasileira.

A aprovação do novo projeto do Boing 737 MAX 8 reuniu apenas as quatro autoridades de aviação que compõe o fórum Certification Management Team (CMT): a autoridade da União Europeia European Union Aviation Safety Agency (EASA), a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que discutiram em conjunto com a FAA quais seriam as exigências para o retorno do modelo de aeronave às operações.

Novo projeto e próximos passos

Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, também houve a revisão do programa de treinamento dos pilotos.

Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial desse modelo de aeronave no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões. A DAE foi revogada também nesta quarta-feira (25) e a Gol segue implementando, sob supervisão da ANAC, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves Boeing 737 MAX 8 em segurança.

Participação da ANAC no processo de validação

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para recertificação das modificações propostas, a ANAC vem dedicando esforços para o retorno seguro das operações do Boeing 737 MAX 8 MAX no Brasil. Ao todo, cerca de 20 profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram desse processo.

Ressaltando a importância da coordenação entre as autoridades do CMT para o desenvolvimento dessa atividade de recertificação, o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, afirma que “essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação”. Além disso, “as modificações e procedimentos revisados fornecem total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”, destaca Honorato.

A implementação de outras melhorias, não condicionantes para o retorno do Boeing 737 MAX às operações, permanecem em andamento com o objetivo de continuar aprimorando a utilização do modelo de aeronave e suas funcionalidades.

O Brasil é o terceiro país a autorizar o retorno do 737 MAX aos voos de passageiros. O jato da Boeing também liberado para atuar nos EUA e no Panamá, que segue o regulamento da FAA.

Posicionamento da Boeing

“Todos os dias nos lembramos, refletimos e nos dedicamos a garantir que acidentes como os que levaram à decisão de suspender as operações nunca mais aconteçam”, disse David Calhoun, CEO da Boeing. “A Boeing trabalhou em estreita colaboração com a FAA e a ANAC para atender às suas expectativas de retomar as operações do 737 MAX com segurança no Brasil.”

Ao longo dos últimos 20 meses, a Boeing afirma ter executado cerca de 4.400 horas de testes com a aeronave, incluindo mais de 1.350 voos. Equipes de mecânicos e engenheiros da Boeing estabeleceram processos de manutenção adequados durante o armazenamento e já estão trabalhando para apoiar as atividades de despreservação das aeronaves no Brasil.

“A segurança é a principal prioridade da Boeing e a empresa continuará a trabalhar com as agências reguladoras e nossos clientes para a retomada da operação das aeronaves globalmente”, diz o comunicado da fabricante norte-americana.

Veja mais: KC-390 é flagrado reabastecendo outro KC-390 em voo

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