ANAC vistoria dirigível da Airship, o primeiro produzido no Brasil

Inspeção é necessária para a emissão do Certificado de Aeronavegabilidade Padrão da ANAC para o dirigível
ADB-3-3: dirigível da Airship do Brasil é o primeiro “blimp” certificado na América Latina (Divulgação)

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou hoje (5) que realizou, entre os dias 15 e 17 de março, a vistoria no primeiro dirigível fabricado no país, o ADB-3-3 da Airship do Brasil. O processo de inspeção é necessário para a emissão do Certificado de Aeronavegabilidade Padrão.

O dirigível recebeu Certificado de Tipo (CT) da ANAC em dezembro do ano passado, tornando-se a primeira aeronave desse tipo a ser certificada em toda a América Latina. Com essa homologação confirmada, o fabricante pode iniciar a produção do aparelho, além de liberá-lo para operações comerciais.

O ADB-3-3 é o primeiro dirigível de envelope não rígido (também conhecidos como “Blimp”) produzido no Brasil. A aeronave, no entanto, não é totalmente original. O aeróstato fabricado pela Airship é uma versão modernizada do modelo norte-americano 138S da US-LTA Corporation, cujo projeto foi adquirido pela empresa brasileira em 2018.

Segundo dados da ANAC, o ADB-3-3 opera com um motor e seu envelope inflável mede 3.908 m³. A cabine comporta até seis ocupantes. No site da Airship, consta que o dirigível comporta uma carga útil de 1.000 kg e alcança até 85 km/h. O protótipo fez o voo inaugural em julho de 2017.

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O ADB-3-3 é proposto com diversas aplicações, tais como treinamento de pilotos de dirigíveis, transporte de passageiros e pequenas cargas, voos de reconhecimento, propagandas, entre outras. O aparelho também pode ser equipado com variados equipamentos, como câmeras de vídeo, radares e holofotes.

O dirigível pode transportar até 1.000 kg de carga ou seis passageiros (ANAC)

Com o modelo da Airship liberado para atividades pela ANAC, o Brasil entrou para o pequeno grupo de países que constroem dirigíveis tripulados. Outras nações que detém o ciclo completo para construir esse tipo de aeronave são os Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e China.

Empresa pioneira no Brasil

Criada em 2005 no município de São Carlos (SP), a Airship do Brasil iniciou suas atividades com projetos de dirigíveis não tripulados radiocontrolados, os modelos ADB-1 e ABD-2. A empresa também já desenvolveu balões cativos de vigilância.

Além do desenvolvimento do ABD-3-3, primeiro modelo tripulado projetado pela companhia, a Airship também trabalha no desenvolvimento do ADB-3-30, um dirigível cargueiro com capacidade para até 30 toneladas.

Era uma vez, em Paris…

A Airship é a primeira empresa brasileira que produziu um dirigível, mas nem de longe representa o primeiro esforço de um brasileiro nessa área. Anos antes de voar pela primeira vez com o avião 14-Bis, em 1906, Alberto Santos Dumont já passeava pelos céus de Paris em balões e dirigíveis motorizados projetados e construídos por ele mesmo.

Santos-Dumont voava com frequência sobre Paris com o dirigível N-9

O primeiro dirigível de Santos Dumont a ganhar notoriedade foi o N-5, de 1901. Com esse aparelho, o inventor brasileiro realizou um voo por Paris e contornou a Torre Eiffel. O “Pai da Aviação” também criou um modelo portátil, o N-9, que ficava “estacionado” na varanda de sua casa na capital francesa e o N-10, projetado para transportar 20 passageiros.

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  1. Faltou mencionar no resumo histórico, o Norte Rio Grandense (Potiguar) e também pioneiro no projeto de dirigíveis no Brasil, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, que antes mesmo de Santos Dumont, já havia projetado e construído dirigíveis.

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