Antonov suspende negociações para fábrica no Brasil após falas de Lula, segundo sites

CNN e Metrópoles revelaram que fabricante ucraniano apresentou um plano ao Estado de São Paulo para investir US$ 50 bilhões e erguer uma fábrica de aviões comerciais
Maior cargueiro do mundo, o único exemplar do Antonov An-225 foi destruídos nos primeiros meses da guerra na Ucrânia (Thiago Vinholes)

Representantes da fabricante estatal ucraniana Antonov estiveram no Brasil recentemente para negociar a instalação de uma fábrica para produzir aviões no país, de acordo com a CNN Brasil e o site Metrópoles. No entanto, tais conversas já teriam sido suspensas devido às recentes falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia.

Segundo os relatos, a Antonov apresentou, no dia 11 de abril, um plano de investir US$ 50 bilhões em cinco anos para erguer uma fábrica de 70 mil quadrados para produzir aviões comerciais no Brasil. Fora isso, o empreendimento teria capacidade de gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos. O site diz ainda que o contato foi tratado com Lucas Ferraz, secretário de Negócios Internacionais do Governo de São Paulo, que até o momento não se manifestou sobre o assunto.

O Metrópoles também afirma ter ouvido fontes com conhecimento do assunto. Essas pessoas teriam revelado que a fabricante ucraniana solicitou uma carta-convite para oficializar sua aproximação com o Brasil. Disseram também que uma reunião virtual seria agendada com executivos na Ucrânia para detalhar o plano da empresa para o Estado de São Paulo.

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O programa AN-1X8 NEXT prevê atualizações para os jatos regionais da Antonov, como o AN-148 (Alex Beltyukov)
O An-148/An-158 é o jato comercial mais recente da Antonov; empresa não recebe pedidos há quase uma década (Alex Beltyukov)

Desmentido da Antonov

De acordo com o site, as conversas entre a Antonov e o Estado de São Paulo foram suspensas após as declarações de Lula sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, que já dura 14 meses. Questionado sobre a guerra, o presidente brasileiro defendeu a criação de um plano de paz para solucionar o embate, acrescentando, porém, que a “decisão pelo conflito foi tomada por dois países”, embora a invasão do território ucraniano tenha sido iniciada por Moscou.

A publicação ainda apontou que a Antonov também tentou uma aproximação com o Estado do Paraná, mas não obteve sucesso – o Paraná reúne a maior comunidade ucraniana no Brasil, por isso o interesse em negociar com o Estado.

Apesar da “saia justa”, como o site classificou a situação, a Antonov ainda estaria aguardando por um posicionamento mais claro do Brasil sobre o conflito, seja de autoridades da esfera federal em Brasília ou do Estado de São Paulo, para avançar com uma eventual parceria industrial.

O plano da Antonov para o Brasil como descrito pela publicação teria potencial de ser o maior investimento na história da empresa ucraniana fundada há quase 80 anos. Resta saber de onde viriam os US$ 50 bilhões ou quem emprestaria essa montanha de dinheiro a empresa ucraniana, que há mais de cinco anos não entrega um único avião comercial – ou de qualquer outro tipo.

Nesta quarta-feira (26), a Antonov afirmou em nota que não possui representantes no Brasil e que a imprensa do país está espalhando “fake news”. A empresa, no entanto, reconheceu ter interesse no projeto.

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